Duda não escolheu a forma de receber do PT, diz defesa

Eduardo Bresciani
15/08/2012 às 16:45.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:29

A defesa do publicitário Duda Mendonça afirmou que ele não foi o responsável por escolher a forma como receberia os recursos do PT relativos à campanha eleitoral de 2002. Duda foi o marqueteiro de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele e sua sócia, Zilmar Fernandes, receberam R$ 11,2 milhões por meio de saques do Banco Rural e de uma conta no exterior.

"Qual o poder intimidatório de Duda para pedir o recebimento no exterior? Isso não parece que tenha sido exigência do devedor? Vamos nos colocar uma vez no lugar do pagador do serviço. Quem tem a chave do cofre?", questionou o advogado Luciano Feldens.

Ele afirmou que diferente de outros acusados não há dúvida que os recursos recebidos pelo publicitário dizem respeito a dívidas de campanha. "Duda não é mensaleiro, Zilmar não é mensaleira".

O advogado garantiu que os recursos tinham origem "lícita" porque tinham como base um contrato firmado com o PT para a campanha de 2002. Destacou que mais de 300 pessoas foram contratadas e precisavam receber o pagamento. O advogado afirmou que foi nesse contexto que o publicitário e sua sócia procuraram Delúbio Soares, então tesoureiro do PT.

Feldens afirmou que a denúncia baseia-se basicamente nas confissões de Lula sobre o recebimento do dinheiro. Afirmou também que o cliente não pode ser condenado por lavagem de dinheiro porque os recursos tinham origem lícita.

Ele rebateu a acusação de evasão de divisas, sustentando que o Banco Central exigia declaração de conta apenas se o saldo fosse suficiente a US$ 100 mil no final do ano e, nesse caso, o valor foi sacado antes. Reconheceu que Duda omitiu os recursos da Receita Federal, mas enfatizou que essa declaração foi feita posteriormente e paga multa de R$ 4,3 milhões.
http://www.estadao.com.br

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