Depois de descartar falhas no painel, a possibilidade de erro de digitação nas senhas dos vereadores envolvidos no caso do “pianista” da Câmara também está fora de cogitação. Isso porque cada vereador possui um início de senha diferente do outro, respeitando a ordem alfabética.
Seguindo esta lógica, a senha do vereador Juliano Lopes (PSDC), principal suspeito até o momento de ter digitado o número do vereador Pablito (PSDB) nas sessões dos dias 2, 3 e 6 deste mês, começaria com o número 21. Já a do tucano teria como os dois primeiros dígitos o número 30.
A constatação ajuda a afunilar ainda mais a busca pelo responsável por fraudar o registro do plenário da Casa. Tanto Pablito quanto Juliano Lopes negam participação no delito. As declarações foram prestadas para a Corregedoria da Casa, que apura o caso.
“O departamento de Informática da Casa entrega para cada vereador os dois primeiros dígitos da senha. Os outros três são escolhidos por ele”, afirmou o presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB).
Questionado sobre a possibilidade de trocar os dois primeiros números ele disse que não sabe de nenhuma alteração dos dígitos. “Realmente eu desconheço alguém que tenha trocado”.
Após o escândalo, Pablito confirmou a alteração da senha, mas negou que ela comece com o número 21, pertencente a Juliano Lopes. “Eu troquei porque não tenho nada a ver com esta situação e quero que tudo seja esclarecido. Se alguém digitou a minha senha é melhor alterar para evitar novos problemas”, disse. Segundo ele, desde o início da legislatura, esta é a terceira vez que troca os números.
Investigação
A partir da próxima segunda-feira, o corregedor da Câmara, vereador Autair Gomes (PSC), irá ouvir funcionários da Casa que cuidam do sistema de som e vídeo do plenário. A expectativa é a de que a apuração seja concluída na primeira quinzena deste mês. Os resultados serão encaminhados para a Polícia Civil.