Ex-prefeito prefere ficar na cadeia a sair para depor

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
23/10/2013 às 07:04.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:34
 (Alair Vieira)

(Alair Vieira)

Preso desde o dia 2 de julho por envolvimento em fraudes e desvio de dinheiro público, o ex-prefeito de Pirapora e Lagoa dos Patos, no Norte de Minas, Warmillon Fonseca Braga (DEM), não quer deixar a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, para comparecer às audiências em Pirapora. Uma delas está marcada para esta quarta-feira (23).   Um dos motivos, classificado como “estranho” até mesmo pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Flávio Batista Leite, na decisão monocrática que negou o habeas corpus do ex-prefeito, é o “prejuízo” que a viagem traz para a “rotina” que Warmillon adquiriu na penitenciária da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi condenado pela Justiça Federal em Montes Claros em 26 de junho.    “A condução de um preso o retira da própria rotina da prisão. Prejudica a sua alimentação, higiene e o direito ao descanso. Sobretudo em caso como esse, em que o paciente terá que dormir fora do presídio, em trânsito, acarretando ainda mais sofrimento”, alega a defesa de Warmillon, na peça impetrada no dia 14 de outubro. Era uma tentativa de evitar que Warmillon tivesse que se deslocar até esse município na audiência de 16 de outubro, o que foi rejeitado pelo magistrado.   Outra razão apresentada pelos advogados para evitar a viagem de Warmillon é a eventual “falta de pretensão” do ex-gestor em se defender no interrogatório.    Segundo o desembargador, a autodefesa é um direito, mas o ex-prefeito “não é obrigado a fazê-lo”. “A condução até a comarca, repito, não implica obrigação de depor”, destaca Flávio Leite.    O Hoje em Dia entrou em contato com o advogado Sânzio Baioneta, mas as ligações não foram atendidas até o fechamento da edição.    Recepção calorosa espera o detido   Embora resista a sair da prisão, Warmillon Fonseca Braga deve ser muito bem recebido quando chegar hoje para depor em Pirapora. Funcionários da administração municipal, sobretudo os comissionados, ligados ao grupo do ex-prefeito, têm relatado pedidos para que compareçam até a porta do fórum, para prestar solidariedade e apoio a ele.   O ex-prefeito, conhecido como “itinerante”, foi preso em Pirapora, na operação “Violência Invisível”. Ele é suspeito de fraude em licitações dos precatórios, na coleta de lixo e por desvios em contratos de combustível. 

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