Executivo da Engevix cita ‘Bené’ como arrecadador de Fernando Pimentel

Hoje em Dia
25/06/2015 às 06:33.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:38
 (André Carvalho/Agência O Globo/Arquivo Hoje em Dia)

(André Carvalho/Agência O Globo/Arquivo Hoje em Dia)

Investigações da operação “Lava Jato” indicam que o governador Fernando Pimentel (PT) teria enviado, em 2013, ao Rio de Janeiro, um emissário para pedir recursos de campanha a uma das empreiteiras atualmente investigadas por cartel e desvio de recursos da Petrobras. A contribuição teria sido pedida a Gerson Almada, da Engevix, por um arrecadador que ele identificou à Polícia Federal como “Bené”.

O apelido é o mesmo do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, que fez doação à campanha de Pimentel na disputa eleitoral de 2014 e é investigado em outra operação da PF – a Acrônimo – por suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro.

No mesmo inquérito, também é alvo de investigação a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira. Bené chegou a ser preso no fim de maio, mas deixou a cadeia após pagamento de fiança.

A Acrônimo começou depois que Bené e um outro colaborador de campanha do petista foram detidos em outubro de 2014 ao desembarcar de um avião em Brasília com R$ 113 mil em dinheiro.

O voo partira de Belo Horizonte. Na semana passada, a PF pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de um inquérito para apurar suspeitas de envolvimento de Pimentel no esquema.

Ao “O Estado de S. Paulo”, um dos investigadores da “Lava Jato” informou que a PF busca confirmar se o arrecadador enviado à reunião com o empresário da Engevix é Benedito de Oliveira. A referência a Bené aparece numa agenda que lista encontros de Almada em 2013. Na página referente a 5 de dezembro, consta a anotação “Bené/Pimentel”.

Questionado pela PF, Almada disse em abril que recebeu uma visita no escritório da Engevix, no Rio, de uma pessoa que conhece pelo nome de Bené e que pediu apoio financeiro para a campanha de Pimentel.

O advogado de Pimentel, Pierpaolo Bottini, disse que o governador desconhece qualquer fato relacionado ao caso. Além disso, segundo ele, não consta doação da Engevix para a campanha de Pimentel.

No depoimento, Almada não deu detalhes sobre o emissário que pediu a ajuda financeira. Disse apenas que não “forneceu o auxílio pretendido”.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram, porém, que a Engevix doou R$ 190 mil em 2014 ao PT nacional que, por sua vez, fez repasses ao comitê do partido em Minas. Na prestação de contas da campanha de Pimentel não consta doação da Engevix.

 

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