Ato político na Assembleia Legislativa, comandado por PT, PMDB, PCdoB, PROS e PRB, marcou o lançamento da chapa de oposição ao governo do Estado nas eleições. Postulante do PT ao Palácio Tiradentes, Fernando Pimentel terá como candidato a vice-governador o deputado federal Antônio Andrade, presidente do PMDB-MG, e o empresário Josué Alencar candidato ao Senado.

Pimentel afirmou que três sentimentos o moviam ao plenário, de onde discursou. A alegria pela união dos partidos em torno de seu nome. O compromisso com um programa de governo para recolocar o Estado no caminho do desenvolvimento econômico e social. A esperança para vencer o medo, o ódio e o ressentimento das elites que não querem ver Minas Gerais se transformar.

A participação do PMDB na chapa petista foi aprovada em convenção, por 346 votos a favor, 11 em branco e 18 nulos. A votação consolidou a unidade dos peemedebistas em torno de Pimentel, na coligação “Minas é para você”. Foram mais de 90% dos votos dos convencionais. PT e PRB fizeram ontem suas convenções, antes da reunião conjunta que reuniu lideranças das cinco siglas.

“Nunca houve uma união tão forte dos partidos do campo popular em Minas Gerais em torno de uma ideia: resgatar Minas Gerais para os mineiros. Fazer em nosso Estado o que Lula fez e Dilma está fazendo pelo Brasil, que se tornou a sexta potência econômica do mundo”, disse o candidato, embalado pelo coro dos militantes: “Eu sou mineiro, eu falo uai. É Pimentel pra governar Minas Gerais”.

Economia decadente

O petista disse que, percorrendo o estado, escuta a mesma toada: “Minas Gerais não tem projeto de desenvolvimento econômico e social há pelo menos 12 anos. O Estado tem minério de ferro e café. Se tirarmos esses dois produtos, caímos do terceiro posto para o 13º PIB (Produto Interno Bruto) dentre os estados. É uma economia do século 19 que temos em Minas Gerais”.

Um dos resultados da “gestão irresponsável nos últimos 12 anos”, segundo ele, é a situação de insegurança jurídica dos quase 100 mil servidores públicos atingidos pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou a inconstitucionalidade da Lei Complementar 100/2007 do governo de Minas que efetivou servidores da educação sem concurso público. “Pergunte aos professores, que são pessimamente remunerados, que gestão é essa?”
 
Candidato aponta falhas na gestão tucana
 
O candidato Fernando Pimentel alfinetou a gestão do PSDB em seu discurso. “Quando o mineiro pede segurança, assistimos a polícia mineira ser humilhada na rua por um bando de desordeiros. Não falta polícia, falta comando e direção. Minas Gerais é vítima da insegurança”.

O petista assinalou que o governo tucano não construiu hospitais regionais, apesar dos recursos federais à disposição. “O Estado não coloca a contrapartida de 10%”. Disse que muitos médicos estão no interior mineiro, porque foram contratados pelo programa Mais Médicos. Nesses anos todos, acentuou, o PSDB não investiu nem 20% dos recursos em saúde, quando o mínimo constitucional é de 25% do orçamento.

Pimentel disse que vai construir o programa de governo nas ruas do interior, “ouvindo a nossa gente nas muitas Minas Gerais que vão chegar às urnas em outubro”. Segundo ele, sua candidatura encarna o compromisso com a transformação efetiva do Estado, por mais igualdade e desenvolvimento econômico com justiça social. “Não tem ninguém que mande no voto e na consciência dos mineiros. Minas é para você, mineiro e mineira, jovem, trabalhador e aposentado”.

Em defesa da presidente Dilma, xingada por torcedores na abertura da Copa do Mundo, ele citou a esperança. “A esperança, que já venceu o medo uma vez com Lula, agora vai vencer de novo, com a presidente Dilma. Vai vencer o ódio, a raiva e o ressentimento de uma elite que não aceita um país que estamos construindo, onde os pobres podem andar de avião”.
 

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