Filho de Lula pede ao STF acesso à delação de Fernando Baiano

Estadão Conteúdo
16/10/2015 às 17:12.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:05

O filho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, pediu ao ministro Teori Zavascki, relator da operação "Lava Jato" no Supremo Tribunal Federal (STF), acesso à integra da delação premiada do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Por meio de seus advogados, Fábio Luís aponta o que chama de "ataque sistemático" à sua honra e reputação. O pedido ao Supremo é subscrito pelo advogado Cristiano Zanin Martins, do escritório Teixeira, Martins & Advogados - constituído pelo ex-presidente.

"A providência tem por objetivo instruir ações que serão promovidas contra os que, pela imprensa, encabeçaram a divulgação, desde o último dia 11, de notícias falsas sobre pagamentos de contas de nosso cliente pelo citado delator", diz nota divulgada pelo escritório Teixeira, Martins & Advogados.

A medida foi tomada depois da revelação sobre trechos da delação de Fernando Baiano. Condenado a 16 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção e apontado como suposto sócio oculto do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), Fernando Baiano declarou, em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, que repassou R$ 2 milhões "para uma nora" do ex-presidente Lula quitar uma dívida de parcela de imóvel.

O repasse teria ocorrido via José Carlos Bumlai, pecuarista amigo pessoal de Lula, segundo reportagem da GloboNews desta quinta-feira, 15.

"De forma sistematizada, põe-se em pé uma operação jornalística que, a cada dia, coloca na mira de suas manchetes o personagem da vez, eleito alvo da ofensa", afirma o advogado Cristiano Zanin Martins. "Surge, agora, uma entidade primeiramente nominada a 'nora de Lula'. Após 24 horas, divulga-se que a 'nora' citada é a mulher do sr. Fábio Luís, sob o alegado argumento de que 'quem conhece a família não tem dúvida em apontar' sua esposa."

"A verdade não pode estar no mero repasse de informações fornecidas e colhidas a bel prazer, pingadas a conta-gotas de uma delação sob sigilo, que, a cada dia, muda sua versão dos fatos, para tornar mais verossímil a narrativa", protesta Martins. "O que se identifica são irresponsáveis ilações daqueles que foram, depois, desmentidos no decorrer do processo", conclui a nota do advogado.
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