Governo 'está pagando seus pecados', diz FHC sobre corte no Orçamento

Folhapress
23/05/2015 às 18:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:11

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso argumentou neste sábado (23) que o corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento do Executivo é decorrente de uma má gestão do governo da presidente Dilma Rousseff. Para ele, o governo "está pagando seus pecados" ao reduzir recursos em diversas áreas da Esplanada -como Cidades, Saúde e Educação.

"O Brasil foi tão mal governado nos últimos anos que o corte é consequência disso. A situação fiscal é de tal maneira difícil e foi consequência de erros dos governos que agora esse próprio governo está pagando seus pecados", afirmou a jornalistas após participar de palestra em centro universitário de Brasília.

O tucano comparou ainda o anúncio, realizado na tarde de sexta-feira (22), a uma "operação sem anestesia" -para ele, falta explicação sobre o que acontecerá daqui pra frente.

"Quando você faz uma contenção fiscal, você tem que explicar ao país o que vem depois. Pra que você faz? Qual é a esperança, o horizonte? E só estamos vendo nuvem negra. Aí as pessoas ficam irritadas, não aceitam", afirmou. Em sua fala durante a palestra, Cardoso argumentou que houve certo exagero na concessão de crédito para estimular a economia interna, ainda na gestão do ex-presidente Lula.

"Não adianta ter só o rumo, tem que ter o rumo e dosagem. Se você aperta o acelerador quando tem que frear, arrebenta mais adiante. Fizemos isso várias vezes em nossa história e não aprendemos. Espero que agora tenhamos aprendido. Há momentos em que não dá para continuar. Freia, espera, pra retomar mais adiante", afirmou.

Quando um presidente não lidera, Congresso ocupa espaço, afirma FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma crítica indireta à presidente Dilma Rousseff ao apontar que hoje há uma carência de liderança no país.

"Para fazer qualquer coisa, precisa de liderança. Ninguém muda nada sem liderança e o Congresso percebe isso logo, quem lidera e quem não lidera. E quando o presidente não lidera, o Congresso ocupa espaço", disse ele ao comentar que hoje o a relação entre congressistas e Executivo tem como foco obter "um pedaço do orçamento".

O tucano deu uma palestra na manhã deste sábado (23) em um centro universitário de Brasília. O tema central foi "Brasil, qual será teu futuro?".

Ao falar com a imprensa, foi questionado sobre a eventual falta de liderança no país e reforçou:

"Falta comando e quem vai exercer comando, os partidos não estão organizados para constituírem maiores estáveis no Congresso. Não temos maiorias estáveis. Estamos num momento de dúvida híbrida: estamos no presidencialismo ou no parlamentarismo?", questionou ele ao mencionar as tarefas delegadas pela presidente Dilma ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) e ao presidente da Fazenda, Joaquim Levy (Fazenda).

Cardoso foi questionado ainda sobre o corte de R$ 69,9 bilhões nas contas do Executivo e argumentou que essa redução de despesas foi resultado da própria má gestão do atual governo.

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