(Carlos Rhienck)
A pouco mais de dois meses para a realização da Copa do Mundo, o governo Federal abriu diálogo com a população para apresentar os benefícios e esclarecer as críticas em relação ao evento. Nesta quinta-feira, em encontro com representantes da sociedade civil em Belo Horizonte, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, admitiu que o governo demorou em tomar a iniciativa de discutir com a sociedade o tema.
“Por um erro do próprio governo Federal na divulgação dos dados e também dos críticos, que tentam transformar a Copa numa oportunidade pra fazer oposição, há na população um estranho sentimento de que a Copa é um prejuízo, quando na verdade ela é uma grande oportunidade para o país, com aumento de empregos, dos investimentos, do turismo, dos investimentos empresariais no país. As obras de infraestrutura se não ficarem prontas agora, vão ficar prontas daqui a pouco e, portanto, servirão à população”, disse.
Belo Horizonte é a segunda das 11 cidades-sede da copa que o ministro visita para fazer a comunicação dos dados do evento junto aos movimentos sociais. A primeira foi Manaus, na semana passada. Na segunda-feira, ele estará em Porto Alegre. De acordo com dados apresentados pelo ministro, não há recursos do orçamento federal na construção de estádios. Do total de R$ 8 bilhões investidos nestas obras, R$ 4 bilhões são em financiamento do BNDES, que serão ressarcidos; R$ 1,4 bilhão do governo do DF e o restante de recursos privados.
O plano de investimentos relacionados à Copa totaliza R$ 25,6 bilhões divididos em R$ 17,6 bilhões em infraestrutura e R$ 8 bilhões em construção de arenas. Os dados apresentados ainda reforçam que os gastos com estádios não afetaram os investimentos do governo Federal em Saúde e Educação, que somaram R$ 825,3 bilhões entre 2010 e 2014.
Questionado se o Planalto trabalharia para a aprovação ainda antes da realização do evento dos diversos projetos de lei que tramitam hoje no Congresso Nacional buscando a regulamentação das manifestações, Gilberto Carvalho disse que o governo não vai tomar iniciativa neste sentido. “A nossa iniciativa é o diálogo e que as manifestações sejam pacíficas”, disse.