Governo força e Câmara de Belo Horizonte fará reuniões extras

Lucca Figueiredo - Do Hoje em Dia
25/06/2012 às 22:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:06
 (Eugênio Moraes/Arquivo)

(Eugênio Moraes/Arquivo)

Os vereadores de Belo Horizonte vão realizar reuniões extraordinárias para analisar projetos de interesse do Executivo. Usando como pano de fundo a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), eles vão atender à pressão do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Na pauta devem entrar pelo menos seis projetos indicados pelo Executivo.     Nesta segunda-feira (25) foi realizada a última reunião ordinária e, mais uma vez, não houve quórum. A estratégia é forçar a realização das extraordinárias, onde é possível manipular a pauta de votação.      A tendência é que os encontros extras aconteçam na próxima semana. A definição da data e do que será analisado deve sair hoje. O presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), já iniciou as conversas com os colegas parlamentares para acertar os detalhes.  “Vamos marcar a primeira reunião para segunda-feira”, afirmou o tucano.     Além dos textos apresentados pelo Governo, a intenção de Léo Burguês é atender também aos pedidos dos vereadores. Para isso, cada um irá apresentar uma proposta de sua autoria que entrará na pauta. “A pauta vai contemplar também quem está todo dia no plenário da Casa”, promete o presidente da Câmara.     Apesar da situação, o grande beneficiado com a votação nas reuniões extras deverá ser o Executivo. Isso porque ele deve ter, pelo menos, seis projetos na pauta. Há alguns meses o prefeito Marcio Lacerda pressiona para que os vereadores votem propostas de interesse do governo. Mesmo com o cenário favorável, o projeto que autoriza a alienação de lotes em Belo Horizonte não entrará na pauta.      Desta vez, os destaques ficam por conta de dois empréstimos junto a bancos de financiamento para a realização de obras na cidade, inclusive a revitalização da lagoa da Pampulha, e o que cria um centro de convenções na capital. No caso deste último, a situação não está fácil. Isso porque integrantes da oposição prometem travar a pauta. “Vou usar o regimento para impedir a análise. A Prefeitura de Belo Horizonte está entregando na mão do empreendedor um patrimônio que deveria ser público”, afirmou Iran Barbosa (PMDB). Em resposta, o líder de Governo, vereador Tarcísio Caixeta (PT), afirmou que é preciso ter responsabilidade na hora de adotar esta postura. “A cidade não pode por caprichos eleitorais de alguns”.     Polêmicas à parte, os vereadores de Belo Horizonte precisam votar ainda a LDO. O texto tem como objetivo orientar a elaboração do orçamento de Belo Horizonte para o ano que vem. De acordo com o regimento, a análise tem de ocorrer antes do recesso parlamentar do mês de julho. Somente depois da votação do texto os políticos poderão sair de férias.      Petista ataca prefeito     A vereadora Neusinha Santos (PT) acusou nesta segunda o prefeito Marcio Lacerda (PSB) de implantar um regime “ditatorial” em Belo Horizonte. Segundo ela, as pessoas que não concordam com o socialista acabam perdendo espaço no governo. A última vítima foi o petista Alfredo Avelar, exonerado da regional Noroeste depois que Neusinha impediu a votação de projetos do Executivo no plenário da Câmara.     Recentemente outros três vereadores passaram pela mesma situação. Gunda (PSL), Sérgio Fernando (PV) e Adriano Ventura (PT) tiveram pessoas ligadas a eles exoneradas por divergência com o Executivo.     Em resposta, Caixeta disse que o prefeito está governando com a base de sustentação. “Quem é Governo e contribui é beneficiado. Se for para a oposição, fica de fora”.

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