Governo lança plano de R$ 4,1 bilhões para alavancar a produção de pescado no país

Telmo Fadul - Do Hoje em Dia
26/10/2012 às 07:01.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:34
 (Antônio Cruz/Abr)

(Antônio Cruz/Abr)

BRASÍLIA – A presidente da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, lançaram na última quinta-feira (25) o Plano Safra da Pesca e Aquicultura, que vai investir R$ 4,1 bilhões no setor até 2014. A intenção é elevar para 2 milhões de toneladas por ano a produção de pescado no Brasil, que, hoje, não chega a 1,3 milhão de toneladas.

Para fomentar a cadeia de produção do peixe, o governo atuará em quatro frentes: o financiamento, a assistência técnica, a desoneração tributária e a compra da produção. Poderão beneficiar-se agricultores familiares e comerciais, pescadores artesanais, armadores de pesca, agricultores familiares e também indústrias.

Estratégico

“Acredito que esse investimento seja estratégico por causa do descompasso entre o nosso potencial, dado por nossas condições naturais, e o dinamismo da atividade da pesca e da aquicultura no Brasil”, discursou Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento do programa.

Segundo a presidente, a produção nacional de peixe é pequena para um país que, além de mais de 8 mil quilômetros de costa, possui a maior reserva de água doce do mundo. “Temos um verdadeiro mar interno feito de reservatórios, açudes em praticamente todas as nossas bacias hidrográficas. É como se fôssemos, não só um grande acesso ao mar, mas um grande mar de água doce”.

Com o projeto, o Executivo pretende melhorar a posição do Brasil no ranking dos produtores de peixe. Em relação à pesca, o país figura na 23ª posição. Na aquicultura, a colocação é um pouco melhor: 17ª. “O grande objetivo do plano é criar condições para transformar esse nosso imenso potencial em atividade econômica competitiva e lucrativa”, reforçou Dilma.

Importação

As medidas anunciadas estimam que, em 2015, o consumo de pescado do brasileiro chegará a 13,8 quilos anuais por habitante - hoje, está em nove quilos. A princípio, a pretensão do governo é acabar com a necessidade de importação, que consome R$ 1,2 bilhão ao ano.

O produto nacional também poderá ser direcionado à exportação, porque, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a demanda por peixes no mercado mundial será de 100 milhões de toneladas por ano em 2030.

O ministro Marcelo Crivella enfatizou que o projeto do Executivo busca melhorar as condições sociais da população que já vive da pesca. “Metade dos 1 milhão de pescadores brasileiros recebem o bolsa família, outros 300 mil dependem do Brasil sem Miséria. É isso que nós queremos reverter”, afirmou.

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