Governo não tem fórmula para reforma política, diz presidente Dilma

Agência Estado
05/11/2014 às 17:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:54
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

(Antonio Cruz/Agência Brasil)

Diante da resistência de parlamentares da própria base aliada à convocação de um plebiscito para tratar da reforma política, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (5), que "ninguém do governo pretende ter a fórmula pronta" de como o tema será tratado.

"Não podemos descuidar dos interesses populares expressos durante toda a campanha. Eu não pretendo, nem ninguém do governo pretende, ter a fórmula pronta de como isso se dará. Temos de ter a convicção de que isso é algo que temos de assumir e encaminhar, temos de ter capacidade de entender que, sem isso, o Brasil não dará os passos que tem de dar", discursou Dilma, em solenidade com lideranças do PSD no Palácio do Planalto.

Em entrevista à TV Bandeirantes, logo depois da apuração dos votos do segundo turno, Dilma afirmou que a reforma poderia ser feita tanto por plebiscito quanto por referendo. "Não interessa muito se é plebiscito ou referendo. Mas não é possível supor que a sociedade e a população vão ficar alheias a esse processo", disse na ocasião.

Lançado durante a campanha eleitoral deste ano, o programa de governo de Dilma afirma que "é urgente e necessária uma ampla e profunda reforma política cujo objetivo é resolver as distorções do nosso sistema representativo". "Para assegurá-la será imprescindível a participação popular, por meio de um plebiscito que defina a posição majoritária sobre os principais temas", diz o documento.

Nesta quarta-feira, o vice-presidente da República, Michel Temer, anunciou que o PMDB vai elaborar uma proposta de reforma política que será enviada ao Congresso Nacional até o início de 2015. Segundo o vice-presidente, a ideia é viabilizar a votação de uma reforma política pelo Congresso ainda no ano que vem.

Mudança

Durante o evento com lideranças do PSD, Dilma destacou que na última eleição duas palavras ganharam destaque: mudança e reforma. A presidente ainda afirmou que na democracia ninguém deve abrir mão de convicções ou posições. "Temos que defender o diálogo com base em propostas. Não tem diálogo genérico. Tem de ver se dá para fazer o encontro em posições consensuais."

Dilma reconheceu que a campanha eleitoral acirra os ânimos, mas ressaltou que, agora, "nossa função é mudar o ritmo da discussão". "(A campanha eleitoral) É uma discussão que acirra ânimos, até porque você tem de mostrar as diferenças (dos projetos) e, ao mostrar as diferenças, você ressalta mais o que é diferente do que é possivelmente comum", observou. "Nós agora temos de fazer a trajetória inversa, isso ocorre em qualquer democracia madura do mundo."

Diálogo

A presidente Dilma Rousseff aproveitou reunião desta quarta-feira com lideranças do PSD para agradecer o apoio de aliados e mandar recados à oposição. Logo no início do seu discurso, durante encontro que foi aberto à imprensa, Dilma destacou que a eleição muda a relação política, em razão das coligações e alianças que são feitas ao longo do processo eleitoral, mas que isso "não impede o respeito, a admiração, a boa relação". "Minha primeira palavra ao PSD é de reconhecimento e agradecimento pelo apoio", disse a presidente, destacando a luta conjunta da sigla ao longo do primeiro mandato do seu governo, mesmo quando não teve o apoio formal. "Tive apoio do PSD desinteressado", afirmou.

Dilma agradeceu ainda ao que chamou de "pedagógica sobriedade" com que o PSD se comporta no debate político no País. "Quero cumprimentar pela sobriedade, pela capacidade de olhar o pós-eleitoral não como algo que seja a continuidade direta das eleições. Há que saber ganhar e há que saber perder", disse. Segundo ela, ganhar ou não "faz parte do jogo democrático". "A atitude do ganhador não pode ser nem de soberba nem de pretensão de ser o último grito", completou Dilma.

A presidente destacou que nessa eleição duas palavras ganharam destaque: mudança e reforma. Segundo ela, apesar da reeleição, é preciso ter governo que comporta mudanças e reformas. A presidente afirmou que na democracia ninguém deve abrir mão de convicções ou posições. "Temos que defender o diálogo com base em propostas. Não tem diálogo genérico. Tem de ver se dá para fazer o encontro em posições consensuais".

Dilma reconheceu que a campanha eleitoral acirra os ânimos. "Nossa função, agora, é mudar o ritmo da discussão". Ela defendeu ainda o diálogo com todos os setores, os movimentos sociais e centrais sindicais. Segundo ela, a diversidade brasileira está retratada no Congresso Nacional e lá é o espaço privilegiado de articulação política. "O Congresso é o local de diálogo. O espaço de articulação política é o Congresso Nacional. É lá que se dá a relação do governo com os partidos", disse.
http://www.estadao.com.br

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