Grupos comemoram participação e organizam novos protestos

Giulia Mendes - Hoje em Dia
17/03/2015 às 08:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:22
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

A avaliação de que as manifestações de domingo contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) foi um sucesso deu mais fôlego aos organizadores dos movimentos em todo o país. Os grupos não pretendem baixar a guarda e já articulam novos protestos para o dia 12 de abril.

Em Belo Horizonte, os movimentos que reuniram cerca de 30 mil pessoas na Praça da Liberdade, região Centro-Sul da capital, como “Vem Pra Rua”, “Família Mineira”, “Frente Brasil” e “Levante Popular Brasileiro”, se reunirão nesta terça-feira (17) para definir um novo ato. A ideia é realizar mais um protesto no próximo dia 28, em alusão ao Dia do Golpe, lembrado em 31 de março.

“No domingo, levamos 30 mil para as ruas. Da próxima vez, esperamos levar 60 mil. Agora, as pessoas acordaram e viram que é possível mudar o país. Conseguimos quebrar a imobilidade do brasileiro, que teve a coragem de sair de casa. Acho que será mais fácil a partir de agora”, disse Paulo Augusto de Andrade, de 50 anos, é um dos organizadores do grupo “Família Mineira” e oficial da reserva da Polícia Militar.

Ele acredita que a reunião desta terça-feira (17) definirá o local e o horário do próximo movimento, mas considera que a Praça da Liberdade foi um bom ponto de encontro.

Para os representantes do “Movimento Brasil Livre”, somente os atos do dia 12 de abril estão confirmados, com uma expectativa de reunir 40 mil na capital mineira.

“Belo Horizonte foi a capital que teve o movimento mais extenso, começou às 9h e terminou às 16h. Foi um protesto muito positivo, totalmente pacífico, com famílias inteiras, pessoas de diferentes idades. Atendeu a todas as nossas expectativas”, afirmou a estudante responsável pelo movimento em Minas, Débora Góis, de 21 anos.

Ela acredita que o número de participantes deve aumentar em pelo menos um terço. “Cada grupo é independente, só vamos conciliar as datas e os horários por questão de logística, para ficar mais organizado”.

Mais força

Um dos líderes do “Movimento Brasil Livre” em São Paulo, Kim Kataguiri, de 19 anos, contabilizou 3 milhões de participantes nas manifestações de domingo em 73 cidades do país. “O maior protesto da história do Brasil”, publicou na última segunda-feira (16) em sua conta do Twitter. Páginas do evento marcado para abril já começaram a ser divulgadas nas redes sociais, e algumas já contam com mais de 30 mil pessoas confirmadas, em apenas um dia de divulgação. Mais de 200 mil menções sobre protestos foram identificadas na última segunda-feira (16) pela Polis Consulting, que utiliza a ferramenta de monitoramento Scup.
Pelo impeachment

“Vamos manter o pedido de impeachment. O panelaço durante os pronunciamentos do governo tiveram a intenção de provocar barulho, as pessoas estavam atentas, esperavam por alguma posição, mas estão fartas de ouvir as mesmas coisas sabendo que não correspondem à realidade, as pessoas querem ser ouvidas. Por isso, vamos continuar com os mesmos pedidos”, destacou Débora.

O estudante Túlio Naves, de 24 anos, que também faz parte do movimento “Família Mineira”, garante que o pacote anticorrupção, que será anunciado nos próximos dias pela presidente Dilma Rousseff, não derrubará o pedido de impeachment dos movimentos.

“Vão falar mentiras, estamos fartos de mentiras. Deveriam colocar todos os corruptos na cadeia, e isso nós sabemos que não vai acontecer. Então, não acreditamos em possibilidade de mudança. Queremos o dinheiro roubado de volta para o país, não medidas que cairão no esquecimento depois”, disse.

Ele aponta problemas como desemprego, precariedade na saúde e na educação que motivam ainda mais os protestos.
 

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