(LUIZ COSTA)
A homenagem ao ex-prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro, uniu, pela primeira vez nesta campanha, os rivais políticos Marcio Lacerda (PSB) e Patrus Ananias (PT), ambos candidatos à prefeitura da capital. Durante o lançamento do livro organizado pelo filho de Célio, Rodrigo de Castro, Lacerda tentou amenizar o clima de inimizade no campo ideológico e chegou a ser abraçado por Patrus. “É um privilégio para BH poder ter duas duplas aqui [em referência inclusive aos candidatos a vice-prefeito]. A cidade vai poder escolher e qualquer que seja o resultado, estará em boas mãos. Me considero mais preparado”, afirmou, rindo.
Célio de Castro estreitou os laços entre PSB e PT nos anos 1990 e anos depois, reúne as duas siglas no mesmo palco, mas em lados opostos de forças. Para Patrus, o homenageado da noite estaria apoiando seu bloco, se ainda estivesse vivo e atuante na política da capital. “Ele sempre esteve ao lado das forças mais progressivas, das forças sociais. Posso intuir que ele estaria conosco. Aliás, nós é que estamos com ele”, disse.
Para o atual vice-prefeito, Roberto Carvalho, não há constrangimento em encontrar o concorrente. “Para nós, a política tem que ser civilizada. Podemos divergir nas ideias, mas temos que nos respeitar. A democracia é conviver com as diferenças”, comentou.
Marcio Lacerda chegou a ser abraçado por Patrus Ananias (Foto Luiz Costa)
O candidato a vice-prefeito de Lacerda, Délio Malheiros (PV), também abraçou o petista e trocou algumas palavras cordiais. “Nós não estamos do mesmo lado, mas vamos fazer uma campanha de alto nível. Temos também uma relação amistosa com o Aloísio [Vasconcellos, vice-prefeito de Patrus]. Vamos nessa caminhada”.
Segundo o autor do livro "Célio de Castro - Trajetória", Rodrigo de Castro, anfitrião do encontro, não houve o intuito de fazer “palanque” ao convidar o pessebista e o petista. “Quando organizamos o livro, existia a aliança PT e PSB mas houve contratempo na política. O evento hoje não tem cunho eleitoral e por isso não há a necessidade de proteger um ou outro”, esclareceu Rodrigo.