(Gabriela Korossy e Luis Macedo)
A líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), afirmou nesta terça-feira que seu partido vai representar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que em discurso na tribuna da Câmara hoje disse que não "estuprava" a petista Maria do Rosário (RS) porque ela "não merece".
"Ele (Bolsonaro) já se reconhece como torturador e agora se auto-reconhece como estuprador", afirmou Jandira. Segundo ela, o PCdoB estuda se ingressará com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) ou se representará contra ele no Conselho de Ética da Câmara. Em reunião da bancada nesta terça-feira, deputados do PT também discutiram medidas judiciais e regimentais contra o parlamentar. Bolsonaro ofendeu Rosário depois que ela, ex-ministra dos Direitos Humanos, fez um pronunciamento ressaltando a importância da Comissão Nacional da Verdade - que investiga crimes políticos realizados durante a ditadura militar no País.
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O deputado do PP subiu então à tribuna. "Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde (área da Câmara ao lado do Plenário) e eu falei que eu não a estuprava porque você não merece. Fique aqui para ouvir", disse. Ele também chamou Maria do Rosário de "mentirosa, deslavada e covarde" e classificou o governo do PT de "comunista, imoral e ladrão". "Parabéns aos vagabundos do Brasil que estão sob o guarda-chuva da Comissão de Direitos Humanos da deputada Maria do Rosário", concluiu.
Jandira Feghali reagiu a Bolsonaro e disse que o Congresso tem vivido situações em que as mulheres são agredidas. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também criticou Bolsonaro e disse que a Câmara "não pode ter esse tipo de comportamento".
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