Justiça diz que professora aposentada é filha de José Alencar

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
07/03/2014 às 10:04.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:29
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Após treze anos de processo judicial, a professora aposentada Rosemary de Morais, 58 anos, moradora de Caratinga, no Vale do Rio Doce, foi reconhecida pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) como filha do ex-vice-presidente da República, José Alencar, com base em depoimentos de testemunhas.

O político e empresário morreu em 2011, por falência múltipla dos órgãos em decorrência do câncer na região abdominal, e não chegou a fazer teste de DNA para comprovar a paternidade.

Desde que a decisão do Tribunal, datada de 27 de fevereiro deste ano, foi conhecida, Rosemary não teve contato com a família de Alencar, que já decidiu que vai recorrer em terceira instância. O caso corre em segredo de Justiça.

“Na minha vida, não ponho ponto final em nada sem ter certeza. Não imaginei que essa história se prolongaria por tanto tempo, e para mim só vai terminar quando meu irmão, Josué Gomes da Silva (PMDB), fizer o DNA. O que eu queria, que era comprovar isso enquanto meu pai estava vivo, eu não consegui”, afirma.

“Sinto-me rejeitada, me dá uma angústia. Nunca liguei para nome, dinheiro, só queria um gesto de carinho deles. Prestes a completar 59 anos em maio sem nunca ter saído de Caratinga, Rosemary leva uma vida simples e mora de aluguel. Formada em História e ex-professora de 1ª à 4ª série, ela é mãe de um jovem de 29 anos - que, segundo ela, trabalha desde os 15 para ajudar nas despesas da casa.

A recordação que guarda de Alencar se remete à segunda campanha eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, quando ele e José Alencar estiveram em Caratinga. “Foi a única vez que vi meu pai. Dei um abraço forte nele, chorei, falei que era sua filha. Ele viu que eu estava nervosa, pediu para me deixarem falar De tanto eu ligar para o assessor e cunhado de Alencar, o Roberto, ele me disse: ‘faça o que deve ser feito’. Foi aí que entrei na Justiça,”, lembra.

O advogado José Diogo Bastos Neto, que representa a família do ex-vice-presidente José Alencar no processo de paternidade, declarou ontem que a Justiça de Minas ignorou novas provas anexadas na investigação. “Vamos recorrer porque todo entendimento foi contrário às provas dos autos.
 

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