Líder do governo compara Senado à 'Alemanha nazista'

Agência Estado
11/07/2015 às 15:18.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:52

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou nesta sexta-feira ao jornal O Estado de S. Paulo que o ambiente de votações na Casa, após sucessivas derrotas em casos de grande impacto para as contas públicas - lembra a "Alemanha nazista".

Na quarta-feira, logo após o governo perder na votação da medida provisória que indexa a política de valorização do salário mínimo à Previdência Social, Delcídio fez um desabafo ainda no plenário. O petista comparou as votações do Senado nas últimas semanas a um "corredor polonês" e alertou os colegas para decisões "altamente temerárias" que estariam sendo tomadas pela Casa.

Ontem, o petista foi além. "É um corredor polonês e digo ainda mais: o ambiente aqui no Senado me lembra a Alemanha nazista de 1933, quando Hitler botava os 'bate-paus' para constranger todo mundo. Os caras que divergiam dele, tinha que constranger. É o que estava acontecendo aqui", afirmou o líder do governo. "Isso aqui virou um mercado persa. Isso é uma vergonha."

Delcídio disse que o embate político está num limite tal que, se os envolvidos não chegarem a um entendimento mínimo, a postura vai prejudicar o Brasil. "Nós não podemos, em função dessas disputas, colocá-las na frente daquilo que é importante para o País."

Parlamentares da base avaliam reservadamente que há uma tentativa de partidos aliados e da oposição de desgastar Dilma de forma calculada. Um exemplo disso foi o fato de o Senado ter reescrito na medida provisória a emenda que indexa o reajuste dos benefícios da Previdência ao salário mínimo, para permitir que a presidente vete apenas esse trecho e possa manter a política de valorização do mínimo.

Em outra jogada ensaiada, os parlamentares até impõem uma derrota ao governo, mas, posteriormente, não rejeitam derrubar eventuais vetos de Dilma por terem consciência do impacto bilionário. Um terceiro caminho é quando, por orientação do governo, o Congresso nem sequer se reúne para analisar os vetos. Desde 11 de março não há votação de vetos - na quarta-feira, após ação do Planalto, não houve quórum para abrir a reunião.

Delcídio disse que há um "jogo muito forte para a torcida" tanto da base quanto da oposição. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço", definiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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