Lobista diz que operador do PMDB fez 'repasses' a Renan

Estadão Conteúdo
12/11/2015 às 15:48.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:27

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, afirmou à Polícia Federal que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu "repasses" por meio do também lobista Jorge Luz. Durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o operador do PMDB afirmou que os valores destinados a Renan Calheiros tiveram origem em contratos da Diretoria Internacional da Petrobrás.

A acareação foi realizada na quinta-feira (5) e durou cerca de 10 horas. Fernando Baiano citou também o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Assevera que realizou apenas alguns repasses pontuais envolvendo o PMDB, dentre eles o relacionado a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros (quanto a este sempre por meio de Jorge Luz), conforme consta de seus termos de oitiva."

No termo de acareação, o operador de propinas não informou quanto teria sido pago ou como o repasse teria sido feito. Fernando Baiano foi preso na Operação 'Lava Jato' em 2014. A Justiça Federal, no Paraná, o condenou a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobrás, ocupada na época por Nestor Cerveró.

Em outro trecho, Baiano sustentou: "Reitera que jamais realizou repasses ao PMDB oriundos da Diretoria de Abastecimento, mas sim relacionados a contratos da área internacional; que, afirma que todos os repasses ao PMDB foram feitos por meio de Jorge Luz, observando que quanto a Renan Calheiros, jamais teve contato pessoal com o mesmo."

Fernando Baiano deixará a cadeia na próxima quarta-feira (18). Em setembro deste ano, ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

Na acareação, Fernando Baiano citou Jader Barbalho (PMDB/PA), o senador do PT Delcídio Amaral (MS), líder do Governo Dilma Rousseff no Senado, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (2005-2007/governo Lula). "Na questão das sondas, Nestor Cerveró lhe disse que teria havido uma reunião com o Ministro Silas Rondeau, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Delcídio Amaral e que o ministro necessitava que um auxilio fosse dado ao PMDB e que a partir daquela data o PMDB passaria apoiar Nestor Cerveró junto a Diretoria Internacional."

O senador Renan Calheiros nega reiteradamente qualquer envolvimento em irregularidades.
 

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