Lula diz que é cidadão indignado com 'denúncias por convicção'

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
15/09/2016 às 14:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:50
 (MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)

(MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse, em pronunciamento nesta quinta-feira (15) sobre as denúncias apresentadas contra ele pelo Ministério Público na "Lava Jato", que estava fazendo uma declaração como "um cidadão indignado com as coisas que aconteceram e estão acontecendo neste país".

Antes de começar sua defesa, o Lula fez uma ironia, dizendo que não faria um show de pirotecnia como a força-tarefa da "Lava Jato" na quarta-feira (14). "Não quero me comportar como um ex-presidente da República, como um cara perseguido, como se estivesse reivindicando algum favor."

Ele agradeceu os advogados pela defesa "competente e espetacular" que estão fazendo e disse que não tinha levado sua esposa, Marisa Letícia, também denunciada pela "Lava Jato", porque ela tinha ficado em casa "almoçando com os filhos". "Neste país penso que não há alguém com a vida pública mais fiscalizada do que a minha, desde os tempos em que era membro do sindicato, nas assembleias, nas greves, quando Murillo Macedo (ex-ministro do Trabalho) resolveu investigar as greves do nosso sindicato."

O ex-presidente da República falou ainda sobre o passado na vida sindical e alegou de que era um espaço muito limitado para a sua atuação, pois queria olhar mais para a cidade, para o País, por isso decidiu criar um partido político. "Tenho orgulho de ter criado o mais importante partido de esquerda da América Latina." No pronunciamento, o petista disse que renovação e alternância de poder faz muito bem à democracia.



Dilma

Lula disse que tinha como "quase profissão de fé não errar" quando assumiu a Presidência da República em 2003 e que foi vítima da mesma tentativa que tirou sua sucessora, Dilma Rousseff, do poder.

Fazendo um relato histórico sobre o período que tentou, como metalúrgico, chegar à Presidência, ele falou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a oposição sempre acreditavam no fracasso do PT no governo. "Eu digo que o FHC naquela ocasião (nas eleições de 2002), preferia mais que eu ganhasse do que o Serra (José Serra, então candidato pelo PSDB). A tese dele era que o operário vai ganhar, vai ser um fracasso absoluto vai gritar: 'volta, volta'", afirmou Lula.

O ex-presidente da República também falou que tentaram fazer com ele, em 2005, o que fizeram com Dilma Rousseff em 2016, ao tirá-la do comando do País. "Quando começamos a dar certo na Presidência tentaram fazer o que fizeram em 2005 com a Dilma agora, com o tratamento de uma parcela da mídia brasileira e uma parcela no judiciário", falou.

Ele também disse que sofreu muito preconceito com a ideia de se criar o PT. "Os trabalhadores até tinham medo da gente, porque os que nos atacam hoje falavam que eu era comunista."
 

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