O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito contra o presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, por crime contra a honra. O pedido de investigação foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que alega que o tucano difamou um procurador ao dizer que ele agia politicamente por ser irmão do deputado de oposição na Assembleia Legislativa Sávio Souza Cruz (PMDB).
Em 2012, o procurador mineiro Álvaro Souza Cruz formulou uma recomendação para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) suspendesse os repasses para as obras do Mineirão até que o Tribunal de Contas do Estado comprovasse a ausência de irregularidades na reforma.
Na época, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou que dois contratos sem licitação fossem esclarecidos. Um era referente ao escritório de arquitetura Gustavo Pena no valor de R$ 17 milhões e outro da empresa EBP, responsável pelo orçamento da obra, no valor de R$ 6,5 milhões.
Na época, Marcus Pestana reagiu publicamente à recomendação afirmando que o procurador tinha interesse em criar obstáculos para que Minas não tivesse estádio pronto a tempo da Copa.
Outro lado
Em manifestação encaminhada à PGR, Pestana disse que se pronunciou sobre o caso como parlamentar e que entendia que a recomendação do MPF era protelatória, já que os recursos do BNDES só seriam liberados mediante aprovação do TCE. Além disso, as obras do Mineirão já estavam sendo acompanhadas por diversos órgãos “razão pela qual a Recomendação não contribuiria para o regular andamento das obras”. Pestana também negou que tivesse intenção de ofender o procurador. O deputado não atendeu o celular até o fechamento desta edição.