Mensaleiro tem aposentadoria de R$ 43 mil

Do Hoje em Dia
06/10/2012 às 11:33.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:51
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Nem todas as notícias da última semana foram ruins para o tesoueiro do extinto Partido Liberal (PL), hoje Partido da República (PR), Jacinto Lamas.

Enquanto era julgado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, ele recebeu da Câmara dos Deputados a informação que tanto esperava: a aposentadoria, com salário integral, por ter ocupado o cargo de analista legislativo.

O salário de Jacinto Lamas, considerando vantagens e gratificações, somou o valor bruto de R$ 43.183,36 no mês de setembro e o valor líquido de 25.792,94, já descontados os tributos obrigatórios e o abate-teto constitucional.
Lamas foi condenado pelos ministros do Supremo na última segunda-feira. A autorização para a aposentadoria do mensaleiro foi assinada pelo presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-SP), e publicada ontem no Diário Oficial da União.

Funcionário antigo

O ex-tesoureiro do PL era analista legislativo na Casa desde 1976, de acordo com registro no contracheque do servidor. Lamas ainda exercia a função de chefe de gabinete da Liderança do PR, pela qual recebia R$ 7.622,59, além do salário de analista, Lamas também se afastará dessa função, conforme dispensa publicada no Diário Oficial da União.

No processo

Então tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, de acordo com o Ministério Público, sacou R$ 1,65 milhão das contas abastecidas pelo esquema operado por Marcos Valério.

Ele era assessor do deputado federal Valdemar Costa Neto e, segundo as denúncias, carregava malas de dinheiro que seriam entregues a integrantes da legenda.

Por conta do mensalão, chegou a sofrer um processo disciplinar, aberto em 2009 e que podia levar à sua expulsão do serviço público.

Ação arquivada

No entanto, a ação foi arquivada pela Câmara dos Deputados, em setembro de 2011. Na avaliação da direção da Casa, as acusações contra Jacinto Lamas não diziam respeito ao seu trabalho como servidor da Câmara. Os crimes teriam sido praticados como tesoueiro do PL.

Além de Jacinto Lamas, seu irmão, Antônio Lamas, outro ex-assessor do Partido Liberal, também foi acusado de participação no escândalo do mensalão. Segundo o Ministério Público, ele ajudaria Jacinto Lamas a transportar o dinheiro. No entanto, foi absolvido das acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, por falta de provas.

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