Ministro admite dificuldade no fornecimento da 2ª dose da CoronaVac e critica 'judicialização'

Agência Brasil
26/04/2021 às 13:35.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:46
 (Fábio Rodrigues Pazzebom/ Agência Brasil)

(Fábio Rodrigues Pazzebom/ Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou a judicialização para entrega de doses da vacina Coronavac e avisou que se todos procurarem a Justiça não haverá "doses pra todo mundo".

Ele lembrou que a falta de imunizantes para a segunda aplicação em cidades como a dele, João Pessoa, fez com que a capital da Paraíba garantisse as doses de CoronaVac por decisão judicial.
 Fábio Rodrigues Pazzebom/ Agência Brasil / N/A

 A previsão é de que novas doses da vacina CoronaVac só sejam distribuídas pelo Instituto Butantan daqui a 10 dias

 “Só que, se todos judicializarem, não há doses para todo mundo. Não é a judicialização que vai resolver esse problema. O que resolve isso aqui são políticas públicas efetivas, que é o que nós temos tentado colocar em prática no ministério”, alertou ao participar, nesta segunda-feira (26), de audiência pública na Comissão Temporária da Covid-19, no Senado.

O ministro informou que a previsão é de que novas doses da vacina CoronaVac só sejam distribuídas pelo Instituto Butantan daqui a 10 dias. Sem dar detalhes, ele informou que a pasta deve emitir nos próximos dias uma nota técnica sobre a aplicação da segunda dose de vacinas contra a Covid-19.

Queiroga lembrou que essa é uma preocupação da pasta há mais de um mês quando o ministério autorizou a utilização imediata de todas as vacinas contra a Covid-19, sem a necessidade de manutenção de estoques para aplicação da segunda dose.

Agora, “em face do retardo dos insumos vindos da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose”.

Cronograma

Sobre os motivos para redução no número de vacinas disponíveis em relação ao divulgado pelo ex-ministro da pasta Eduardo Pazuello, Queiroga disse que um deles está relacionado ao fato de a estimativa ter incluído 20 milhões de doses da Covaxin, do Instituto Bharat Biotech. A importação, em caráter excepcional, de doses da vacina Covaxin, da farmacêutica indiana Bharat Biotech foi negada no mês passado pela Agência Nacional de Vigilância Santitária (Anvisa).

Outro fator que contribuiu para um menor número de doses foi a demora na chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que vem da China. O atraso comprometeu a entrega do imunizante contra a Covid-19 tanto pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) quanto pelo Instituto Butantan.

“O IFA, como os senhores sabem, é originário da China, e isso sempre dá uma variação, que pode ser para maior ou pode ser para menor. Questões logísticas também estão aqui consideradas. O fato é que temos trabalhado fortemente para conseguir mais doses”, garantiu.

Pfizer

Para a próxima quinta-feira (29), há expectativa de chegada do primeiro lote da vacina da farmacêutica Pfizer, no Aeroporto de Viracopos, em São Paulo.

“São doses prontas, e o Ministério da Saúde já organizou toda a logística para essa vacina, que, como os senhores sabem, tem uma peculiaridade em relação à cadeia de frio. Nós temos capacidade, sim, para aplicar a vacina da Pfizer com bastante segurança”, disse.

A Anvisa autorizou o armazenamento da vacina desenvolvida pela Pfizer a -20ºC, por até duas semanas. A mesma autorização foi concedida pela FDA, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos. Inicialmente, o laboratório indicava o armazenamento do imunizante a -75°C.

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