O volume de resíduos recolhidos pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) nas bocas de lobo da capital praticamente dobrou nos últimos cinco anos. Em 2009, foram retiradas 2,6 mil toneladas e, para este ano, a previsão é de que sejam 5 mil.
Além de impedir a passagem da água da chuva e de causar inundações, a enorme quantidade de resíduos em bocas de lobo implica a poluição dos cursos d’água, principalmente do ribeirão Arrudas e do córrego do Onça, afluentes do rio das Velhas.
Para o chefe do Departamento de Serviços de Limpeza da SLU, Wiliam Costa Pereira, o horizonte não é favorável.
“Percebemos que, com o aumento do poder aquisitivo e do consumo da população, a quantidade de lixo aumentou. Pela nossa experiência, se as pessoas não tomarem consciência, não vejo uma luz no fim do túnel”.
Bimestral
A capital tem cerca de 60 mil bocas de lobo. A limpeza delas é feita a cada dois meses, nos períodos de seca, segundo a SLU. Na temporada chuvosa, a frequência é mensal.
Além disso, há aproximadamente 6 mil bueiros em locais que requerem maior atenção.
“Quando há uma chuva forte e ocorrem inundações, limpamos novamente, no dia seguinte”, afirma Pereira.
Se as pessoas descartassem o lixo de forma correta, nas lixeiras, as bocas de lobo teriam apenas folhas e galhos de árvores, já que o que não é varrido vai parar lá.
Não há consolidação do volume recolhido anualmente nos últimos cinco anos pela SLU com as varrições, mas, todos os dias, são cerca de 103 toneladas na capital.
Insegurança
O trabalho dos garis que limpam as bocas de lobo é perigoso não apenas pelos insetos e roedores que eles encontram sob as grades dos bueiros, mas também por conta dos motoristas.
A sinalização com cones é obrigatória, mas quem está ao volante, em geral, não a respeita. “Outro dia quase fui atropelado por um ônibus, que chegou a levar um cone embora”, reclama Arnaldo Oliveira Souto, de 55 anos, há 12 limpando bocas de lobo em Belo Horizonte.