Newton Cardoso chama Sarney para defendê-lo

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
29/05/2015 às 06:45.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:15
 (Montagem)

(Montagem)

Réu em processo por uso irregular de helicóptero do Estado, o ex-governador de Minas e empresário Newton Cardoso (PMDB) arrolou como testemunha de defesa o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP). A audiência de instrução foi realizada no último dia 20, na 7ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.

O juiz Guilherme Lima Nogueira da Silva deu prazo de 30 dias para Newton informar o endereço atualizado do ex-presidente Sarney. Em justificativa, o advogado do peemedebista mineiro, Edison Haeckel Magalhães, alegou que, como Sarney e Newton são parceiros políticos, devem ter voado juntos no helicóptero. A aeronave pertence à Polícia Militar (PM).

Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), datada de 25 de maio de 2007, entre 1999 e 2002, Newton fez 118 viagens onde tinha propriedades rurais e empreendimentos empresariais, como em Pará de Minas (MG), Pirapora (MG), Unaí (MG), Várzea da Palma (MG), Canavieiras (BA) e Colatina (ES).

Na ação civil pública ajuizada na Justiça, o MP apontou que as viagens foram feitas para atender interesses particulares e que, nos locais de destino, não havia qualquer atividade do governo. Nessa época, Newton exercia o mandato de vice-governador.

O MPE calcula que os voos irregulares tenham causado um prejuízo de cerca de R$ 715 mil aos cofres do Estado.

Newton é acusado de ter cometido improbidade administrativa 118 vezes, enriquecimento ilícito e de ter causado prejuízo ao erário mineiro. “Conforme comprovam os documentos em anexo, as viagens citadas eram de natureza particular, uma vez que se deram para locais em que não havia qualquer atividade oficial do governo do Estado, muito embora tenham sido feitas durante dias úteis inúmeras vezes. Ressalta-se, também, que em várias ocasiões as viagens foram feitas em feriados e finais de semana”, diz trecho da ação do MPE.

Condenado

Em fevereiro deste ano, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) já havia negado recurso interposto por Cardoso em outro processo e mantido a condenação contra ele por uso irregular de helicóptero em 95 viagens. Nesse caso, o prejuízo causado foi de cerca de R$ 600 mil.

Procurados pela reportagem durante dois dias seguidos, Newton e Sarney não se manifestaram.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por