Dez reuniões e nenhum projeto relevante votado em plenário. Este é o saldo dos encontros do mês de maio na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Somente propostas com votação simbólica, em que não é exigido um número mínimo de parlamentares, foram apreciados. O mês acabou marcado somente pelo escândalo envolvendo o vereador Pablito (PSDB) e a marcação da presença dele enquanto viajava para os Estados Unidos.
Os vereadores de Belo Horizonte seguem em ritmo de tartaruga quando o assunto é o plenário.
Questionados, eles tentam justificar a falta de votação por ser o início dos trabalhos legislativos, já que as propostas precisam passar pelas comissões antes de serem votadas, o que atrasaria a análise, e também a falta de compromisso de colegas. Acusam, sem dar nomes, que vereadores estariam fazendo “corpo mole”, insatisfeitos com a Prefeitura, que não teria atendido pedidos feitos por eles.
O que chama atenção, porém, é que nenhum projeto do Executivo passou pelo plenário em maio, o que, de certa forma, desqualifica o posicionamento destes parlamentares. Somente propostas de autoria dos próprios vereadores entraram na pauta.
Em várias reuniões, vereadores foram vistos no plenário durante os pedidos de verificação de quórum, mas simplesmente decidiram não marcar presença. No encontro da última quarta-feira (15), pelo menos três parlamentares adotaram esta postura e sessão foi encerrada 20 minutos depois de ser aberta.
Trabalho
Após a reunião, o presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB) tentou justificar a situação. “Apesar de não ter votação no plenário, os vereadores têm trabalhado nas comissões. Além disso, tivemos dezenas de audiências públicas”, explicou.
O tucano disse que a reconstrução da base do prefeito Marcio Lacerda (PSB) na Casa e a obstrução da oposição contribuíram para a situação. Ele prometeu um esforço concentrado em junho para evitar o acúmulo de projetos na pauta.