Nove partidos não completaram lista de mulheres candidatas

Editorial
17/07/2012 às 06:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:37

Nas próximas eleições em Belo Horizonte, as atenções parecem voltadas para o embate entre dois candidatos a prefeito que despontaram na pesquisa divulgada neste fim de semana pelo Hoje em Dia como os favoritos. Mas o eleitor faria muito bem se prestasse atenção na escolha do vereador em quem vai votar. Nada menos que 24 partidos e coligações entraram no Tribunal Regional Eleitoral com pedidos de candidaturas de 1.152 pessoas. Aparentemente, é amplo o leque de escolha.

A atual Constituição Federal, de 1988, ampliou os poderes das Câmaras Municipais, além de conceder aos municípios maior participação nos tributos arrecadados pela União, que subiu de 14% para 20%. Os vereadores passaram a legislar sobre qualquer mudança no solo urbano. São eles que definem as posturas municipais, como uso de calçadas e ruas. O prefeito não pode vender trecho de uma rua sem aprovação dos vereadores, que também podem mudar a qualquer tempo o plano diretor da cidade, além de estabelecer normas para transporte e meio ambiente.

Quando o vereador se dedica apenas à política de clientela, ele precisa do apoio do prefeito, qualquer que tenha sido o eleito. Portanto, adere ao chamado Partido do Governo (PG). Mas não é isso que interessa à população como um todo, pois esse tipo de vereador, infelizmente muito comum hoje, só usa seu voto para obter apoio aos interesses dos clientes, sejam eles uma empresa, uma associação ou um grupo de empresas e associações com capacidade para financiar a campanha e garantir sua permanência no cargo por anos a fio. O desconhecimento da importância dos vereadores e de se escolher os melhores entre os candidatos para o bem da cidade parece desestimular a renovação na Câmara Municipal com um maior número de mulheres, que estão fazendo falta em nosso aparato político. Levantamento publicado no último domingo por este jornal revela que PT, PDT, PP, DEM e cinco pequenos partidos não completaram a lista de mulheres candidatas com o mínimo de 30% exigidos pela Justiça Eleitoral.

Não se pode supor que esses partidos simplesmente optaram pela desobediência à lei, pois conhecem o risco daí decorrente. Desse modo, parece evidente que falta interesse das mulheres. Logo elas, que tanto lutaram no passado pelo direito de votar e serem votadas. Não podem desistir agora. A participação feminina tem muito a contribuir ainda para o aperfeiçoamento de nossa Câmara de Vereadores.
 

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