Novo relator, Fux diz que próxima fase do mensalão deve acabar em 2014

Flávio Ferreira - Folhapress
07/10/2013 às 21:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:08

SÃO PAULO - O novo relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, diz acreditar que a próxima fase de recursos do caso será concluída no primeiro semestre de 2014. O ministro afirmou que deve elaborar seu relatório e voto no processo em dez dias e o julgamento da nova etapa de apelação deve durar de dez a vinte dias.    Fux, porém, lembrou que só poderá começar a trabalhar após a superação de três fases: a de publicação do resultado do julgamento encerrado em setembro, a de apresentação dos novos recursos pelos réus, em 30 dias, e a de manifestação do Ministério Público, em mais 30 dias.    Fux foi sorteado para ser o relator da etapa em que serão julgados os recursos intitulados embargos infringentes. Terão direito a esse tipo de apelação 12 réus condenados que conseguiram pelo menos quatro votos favoráveis às suas teses de defesa no julgamento.    Indagado se a nova etapa do mensalão poderia ser concluída somente no segundo semestre de 2014, no período eleitoral, Fux disse: "Para a época da eleição, é um prazo muito delongado. Para o primeiro semestre é bem mais factível".    O ministro explicou que a fase dos embargos infringentes deverá ser mais curta que as anteriores do mensalão. "Esse é um recurso peculiar, que vai confrontar as teses divergentes, não é um julgamento novo, da causa toda. É um recurso adstrito à divergência", disse.    Segundo o magistrado, após a publicação do resultado da fase anterior do julgamento já será possível iniciar o trabalho da relatoria, uma vez que o documento permitirá identificar os pontos de divergência que serão novamente analisados pelo STF. "Só não dá para antever o quê os advogados vão trazer como fundamento", afirmou. 
  O ministro disse que pretende realizar entendimentos com os colegas antes do início da nova fase para evitar discussões e atrasos. "A minha tendência é a de fazer um julgamento previamente acordado com a corte toda, quer sobre a metodologia, quer sobre o início das sessões. Quero dialogar com todo mundo para que não haja questão de ordem [debate sobre a forma do julgamento] ou embaraços", disse.    O ministro foi homenageado pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IAP) na capital paulista nesta segunda-feira. Em seu discurso, Fux atacou o excesso de recursos previstos nas leis do país, entre eles os embargos infringentes. Em setembro, ele votou contra a admissão desse tipo de apelação no STF.    Fux também criticou o Congresso, que segundo ele não tem "coragem" de debater temas polêmicos, como a descriminalização de drogas, e deixa a decisão sobre esses assuntos para o STF.

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