Oposição articula CPI para apurar desvio de recursos

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
26/06/2015 às 06:21.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:38
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

A investigação da Polícia Federal que apura suposto esquema de desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais, como a do governador Fernando Pimentel, pode gerar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Conforme informação divulgada pela revista Época ontem, Carolina Oliveira, esposa do governador Fernando Pimentel, recebeu R$1,2 milhão de empresas com contratos com o BNDES. O banco estava subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, chefiado à época por Pimentel.


Diante dos fatos, a bancada do PSDB na Câmara Federal pretende pressionar a presidência da Casa para a instalação da CPI. O objetivo é investigar possíveis ilícitos em contratos do BNDES.


“A partir desses novos dados fica, a meu ver, evidenciada uma ligação entre empresas beneficiadas pelo BNDES e a corrupção”, afirma o deputado federal Domingos Sávio, presidente do PSDB em Minas.


As assinaturas para a abertura da CPI já foram coletadas e o pedido já foi protocolado.


As ações da segunda fase da Operação Acrônimo, deflagrada ontem, também repercutiram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A bancada da oposição já se movimenta para tentar convocar o governador para prestar esclarecimento sobre a situação. “Na próxima-terça feira vamos discutir essa possibilidade”, explica o deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB).


Parlamentares do PT não veem motivo para alarde. “Essa é uma ação política muito clara, desrespeitando uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). É a Polícia Federal agindo de forma partidária contra o Fernando Pimentel”, avalia o líder do governo na Assembleia, Durval Ângelo (PT). O deputado ainda afirmou que possíveis ações legais contestando as investigações competem ao governo do Estado.


Investigações já levaram à cassação de quatro governadores


Ns últimos cinco anos, pelo menos cinco governadores brasileiros foram alvo de investigação da Polícia Federal, sendo que quatro casos terminaram com a cassação de mandato.


Em março de 2009, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato de Jackson Lago (PDT), então governador do Maranhão, acusado de abuso de poder e compra de votos. No lugar dele, assumiu a senadora Roseana Sarney (PMDB), que havia ficado em segundo lugar nas eleições de 2006.


No ano seguinte, José Roberto Arruda (ex-DEM), então governador do Distrito Federal (DF), foi preso por tentativa de suborno e cassado, posteriormente, por infidelidade partidária. Nas eleições do ano passado, Arruda ainda liderava pesquisas de intenção de voto para governador do DF. Porém, depois de ser classificado como ficha suja, foi obrigado a desistir.


Em maio de 2014, Silval Barbosa (PMDB), governador do Mato Grosso, foi alvo da operação Ararath, com mandado de busca e apreensão no gabinete e no apartamento do político. Em novembro do mesmo ano, Chico Rodrigues (PSB), então governador de Roraima, teve o mandato cassado por crime eleitoral. Em março deste ano, Confúcio Moura (PMDB), então governador de Rondônia, e o vice, Daniel Pereira (PSB), tiveram o mandato cassado depois de serem investigados pela operação Plateias. Eles foram acusados de abuso de poder econômico nas eleições de 2014 e compra de votos.


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