'Os humilhados um dia serão exaltados', diz Argôlo à CPI da Petrobras

Agência Estado
12/05/2015 às 16:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:59

O ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD/BA), preso na Operação 'Lava Jato', apesar de dizer que ficaria calado no começo de seu depoimento à CPI da Petrobras, na tarde desta terça-feira (12), em Curitiba, acabou explicando aos parlamentares que sua relação com o doleiro Alberto Youssef - peça central da Operação 'Lava Jato' - foi privada e não política.

"Existia algo privado. Conheci o doleiro como um empresário que tinha investimento no Estado da Bahia", afirmou Argôlo, indiciado esta semana pela Polícia Federal acusado de receber propina do esquema operado pelo doleiro na Petrobras.

Argôlo respondeu apenas perguntas pontuais aos deputados, que estão desde ontem em Curitiba para ouvir 13 alvos da 'Lava Jato' presos. Ele afirmou que está colaborando com a Justiça. "Dos três ex-parlamentares fui o primeiro e único a prestar depoimentos."

O ex-deputado afirmou que após ser denunciado formalmente à Justiça terá a oportunidade de se defender. "Eu apanhei e fui denunciado e criticado em ano eleitoral. Se tudo isso fosse antes da eleição mudaria muito o resultado das eleições."

Além de ser supostamente sócio em uma empresa que mantinha contratos investigados, a Malga Engenharia, Argôlo fez negócios com o doleiro na compra de um helicóptero. Numa das poucas perguntas que respondeu, ele explicou à CPI que a aeronave não pode ter sido usada na campanha de deputado, em 2014, porque ela foi apreendida pela Polícia Federal.

"Não tenho nada a ver com Operação 'Lava Jato', com Petrobras. Não tive indicação de nenhum cargo na Bahia ou no Brasil", disse Argôlo, que segurou um terço em uma das mãos durante o depoimento.

"Agradeço a Deus que tem me dado força." O ex-parlamentar ainda citou a Bíblia ao dizer que tem sido atacado duramente: "Os humilhados um dia serão exaltados".

Questionado pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) se ele poderia informar, apesar do silêncio diante das perguntas do caso, onde ele conheceu Youssef, Argôlo afirmou que foi na casa do ex-ministro de Cidades Mário Negromonte e do ex-governador da Bahia João Leão - ambos do PP.
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