Pagaram dízimo ao manter direitos de Dilma, diz presidente do DEM

FolhaPress
31/08/2016 às 17:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:38
 (Divulgação)

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 avaliação é do presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), para quem a decisão do Senado de não inabilitar a ex-presidente para ocupar cargos públicos acabou funcionando como a aplicação de uma "pena pela metade". 

O senador do DEM disse que o episódio prejudica a base aliada do presidente Michel Temer e "vai aumentar o esforço" do governo para encaminhar os projetos de seu interesse. Segundo ele, o governo começa de fato agora e o peemedebista precisa, com urgência, fazer uma reunião para unificar a base aliada. 

O que o sr. achou do resultado? 

Acho que o Senado julgou, mas a decisão ficou contaminada pelo dízimo que algumas pessoas quiseram pagar a um governo com quem tinham relação e ao qual deviam atenção. O resultado final mostra que você pune, mas não completa a pena, é uma punição pela metade. Parte da pena foi deliberadamente suspensa. 

Como atinge a base?

Pelo menos por um tempo vai aumentar o esforço do governo Temer para manter o número que tem na base aliada na Câmara e Senado em torno de seus projetos. Este episódio vai dificultar o encaminhamento dos interesses do governo, tendo em vista que representantes da base aliada participaram deste resultado pela metade de punição. 

Gera desconfiança dentro da base aliada? 

Política é um trabalho permanente, tem objetivos e se busca atingi-los. Tem de ficar claro agora os objetivos do governo e como ele fará para persegui-los, juntando os votos onde estiverem. 

Vão recorrer ao STF? 

Vamos ainda avaliar se se justifica. O processo foi presidido pelo presidente do STF, por isto vamos avaliar o fato. 

O que espera do governo Temer daqui para a frente? 

Primeiro de tudo tem de fazer uma urgente reunião para unificação da base, fazer as conversas políticas e unificar a base com definição clara de objetivos. Não dá para partido A votar pela metade, partido B votar por inteiro e partido C votar por um terço. 

É um recado para o PMDB? 

Claríssimo. É um recado para todos os partidos da base, não dá para trabalhar por pedaços de partidos. Ou o governo consegue a união de todos os partidos da base ou o governo não vai conseguir caminhar. 

Presidente viaja, volta, mas estamos numa campanha eleitoral. Como ele vai tomar as medidas neste clima? 

A política envolve agilidade, acabou de acontecer o impeachment. O governo de Temer começa agora, na verdade, para valer, ele começa agora. Ele vai ter de acelerar a tomada de providências, a começar pela unificação da base aliada. Que é seu maior trunfo. 

É o segundo impeachment desde a Constituição de 1988. Para o país, o que representa? 

Se o impeachment não existisse na Constituição, seria um problema. Mas ele é um instrumento de salvaguarda. Se me perguntar, e para o processo político, ele é conveniente e recomendável. Eu digo que não, porque gera turbulência, e toda turbulência gera problemas para o crescimento do país. 

O sr. acha que este episódio contribui para a implantação do parlamentarismo no Brasil? 

Não diria isto. Até porque o voto de desconfiança foi perfeitamente substituído pelo processo de impeachment, com amplo espaço para o contraditório, para o direito de defesa, com a presidente da República vindo aqui no Senado. Então, o voto de desconfiança do parlamentarismo foi substituído pelo impeachment devidamente respeitado.

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