Para Aécio, pedido de prisão de Santana vincula Dilma a petrolão

FolhaPress
22/02/2016 às 19:31.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:32

Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o pedido de prisão temporária do marqueteiro João Santana é o "mais grave acontecimento de vinculação da campanha da presidente Dilma Rousseff com o petrolão".

O tucano disse em entrevista por telefone à reportagem que vê na nova fase da Lava Jato o agravamento do cenário político, especialmente porque, desta vez, a investigação está totalmente calçada em provas documentais, e não em testemunhos.

"Ultrapassamos a fase testemunhal, das delações, e chegamos à fase documental. As investigações mostram que o publicitário do PT recebeu dinheiro durante o período eleitoral", ressaltou Aécio.

O juiz Sergio Moro acatou pedido de prisão temporária de Santana e sua mulher, Mônica Moura, nesta segunda-feira (22). O marqueteiro de Dilma e do PT recebeu dinheiro da Odebrecht em contas no exterior. O avanço da investigação sobre Santana e a Odebrecht foi revelado pela Folha de S.Paulo no dia 12.

Para Aécio, essa fase da Lava Jato corrobora a principal acusação da oposição, especialmente do PSDB, sobre a última campanha presidencial de Dilma.

"É um forte indício de que o que apontamos lá atrás, que a campanha recebeu dinheiro de propina, estava correto. Por isso, temos que ter a serenidade de não apenas fazer o embate política, mas tratar as coisas no leito adequado: a Justiça", afirmou o tucano.

Nesta terça-feira (23), o PSDB vai pedir ao TSE que solicite as provas obtidas pela Lava Jato contra João Santana para anexar ao processo. Os tucanos querem ainda que a Corte escute um dos operadores do esquema de desvios da Petrobras para saber qual o motivo de ele ter feito depósitos em contas de João Santana no exterior.

Numa tentativa de afinar o discurso do partido diante das novas revelações, Aécio vai se reunir, nesta terça, com as bancadas do PSDB da Câmara e do Senado. O senador, que disputou a última eleição presidencial contra Dilma, voltou a dizer que não concorreu com um partido, mas sim com uma "organização criminosa".

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por