PBH admite desistir da Lagoinha e avalia duas outras regiões

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
25/10/2013 às 07:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:38
 (Reprodução)

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O prefeito Marcio Lacerda (PSB) admitiu, em reunião exclusiva com moradores do bairro Lagoinha, na última quarta-feira (23), que poderá desistir de construir o novo Centro Administrativo da prefeitura nessa região e que já tem duas outras opções de local, no entanto, não reveladas.   De acordo com a presidente do Movimento Lagoinha Viva, Tereza Vergueiro, Lacerda disse “que não está mais certo de que será na Lagoinha”. “Antes, era um sim, agora virou um talvez. Ele nos disse: ‘se vocês não querem, vocês nos atrapalham e então vamos admitir outras possibilidades”, afirmou Tereza.  “Lacerda reconheceu o erro e falou que vai refazer a avaliação. O lugar será escolhido, segundo ele, pelos arquitetos em um concurso já previsto”, acrescentou a presidente do Lagoinha Viva.    Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou a informação. “O prefeito admitiu outras possibilidades. A Lagoinha teria sido escolhida em função da necessidade de revitalização, a proximidade com o Centro e a facilidade de acesso”, informou, em nota.  O decreto da prefeitura publicado em 28 de junho, para desapropriar 20 imóveis na Lagoinha, por sua vez, ainda não tem previsão para ser revogado.    Para os representantes dos moradores da Lagoinha, Lacerda “demonstrou a possibilidade de voltar atrás”. “Houve um primeiro passo em direção a um acordo, mas o prefeito pediu um prazo para decidir se vai revogar ou não”, comentou o vice-presidente do Movimento Lagoinha Viva, Oscar Gonçalves.  “O nosso sofrimento continua, porque só vai acabar quando não tiver mais a validade do decreto”, completou Tereza Vergueiro.    Promessas   Depois de ter apresentado aos vereadores de Belo Horizonte e a moradores do Bairro Lagoinha o novo projeto da prefeitura de operações urbanas, “Nova BH”, Marcio Lacerda teria prometido aos representantes dos moradores criar uma Área de Diretrizes Especiais (ADE) para a Lagoinha, nos moldes da ADE do bairro Santa Tereza, na Regional Leste. A PBH, no entanto, nega, via assessoria de imprensa.    A ideia seria proteger a Lagoinha do “impacto da verticalização” prevista para a capital em 25 quilômetros quadrados nos corredores da Avenida dos Andradas, e das Avenidas Antônio Carlos e Pedro I.    “Fomos contemplados com a ADE na Lagoinha. Com isso, o coeficiente para construções será muito menor no bairro do que nas demais regiões”, disse Tereza Vergueiro.    Mudança de local pode evitar desapropriações   Durante a reunião entre Marcio Lacerda e os líderes comunitários da Lagoinha foi sugerido transferir o local do Centro Administrativo para as “redondezas da Rua Diamantina” e da Avenida Antônio Carlos, onde há galpões abandonados. Seria uma opção que descartaria a necessidade de desapropriações. Outra região citada foi o terreno ao lado das Torres Gêmeas, entre a linha de metrô e a avenida dos Andradas. Essa era a ideia inicial da PBH, antes da possibilidade da Lagoinha.    Diretrizes especiais   Segundo o vice-presidente do Movimento Lagoinha Viva, Oscar Gonçalves, Marcio Lacerda “assumiu o compromisso de permitir o aumento de apenas 0,5% no bairro”. A medida elevaria o índice do potencial construtivo de 1.0 para 1.5, em vez de até seis vezes como previsto nas demais áreas contempladas no Projeto Nova BH. A cada metro quadrado, poderiam ser construídos até 1,5 metros quadrados. A Lei de Uso e Ocupação do Solo da capital prevê um limite de construção tanto em termos de área quanto em altura.    A prefeitura de BH, no entanto, também negou que o prefeito tenha feito essa afirmação durante a reunião com os moradores. Apesar de ter convocado representantes dos moradores da Lagoinha para uma conversa, o prefeito aproveitou o momento para apresentar o novo plano de operação urbana consorciada, que foi aberto para lideranças de outros 58 bairros.

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