Pesquisa indica acirramento da disputa pela Presidência da República

Carlos Moreira - Hoje em Dia
23/05/2014 às 07:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:42
 ( Cristiano Couto e Cassio Tassi)

( Cristiano Couto e Cassio Tassi)

Após a divulgação da pesquisa do Ibope, na última quinta-feira (22), o cientista político Paulo Roberto Figueira, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), aponta uma tendência de acirramento na disputa entre os pré-candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), bem como da eleição em si.

“O Eduardo cresceu em um momento de exposição menor que a dos adversários na mídia (os programas do PSDB e do PT na TV são mais recentes) e com estrutura partidária menor. Isso sinaliza para uma terceira via mais forte que nas eleições anteriores e para uma campanha muito acirrada. O cenário mais provável caminha mesmo para os dois turnos”.

Figueira e o também cientista político Malco Camargos, professor da PUC Minas, consideram que os três pré-candidatos à Presidência tem bons motivos para comemorar os resultados da pesquisa. Aécio e Campos (PSB) registraram crescimento expressivo _ 6 e 5 pontos percentuais, respectivamente sobre o levantamento de abril _ e veem uma possibilidade real de segundo turno.

Do lado da presidente Dilma Rousseff, não só se estancou a tendência de queda que vinha se registrando nas pesquisas anteriores, como houve uma pequena recuperação, de três pontos percentuais (de 37% para 40%). “Isto se deu durante um período em que o governo esteve sob forte noticiário negativo”, diz Figueira.

Camargos e Figueira destacam que o crescimento dos três pré-candidatos se deu com a redução dos percentuais de brancos e nulos (24%, em abril, para 14%) e de quem não sabia em quem votar ou não respondeu (13% para 10%). Não houve troca de intenção de voto significativa entre Dilma, Aécio e Campos.

“Houve um aumento da escolha e é uma tendência normal que, com o passar do tempo, diminua o percentual daqueles que não querem votar em ninguém”, diz Camargos. Para Figueira, porém, permanece a expectativa de um alto índice de abstenção nas eleições. “Há uma franja grande de pessoas que estão insatisfeitas com a política em si e não se veem representadas”, diz.

Viabilidade

A pesquisa registrou também queda nos índices de rejeição de Aécio (25% para 20%) e Campos (21% para 13%), enquanto Dilma permaneceu estável em 33%. “Isso mostra que uma parcela do eleitorado encontrou clareza no discurso de ambos como oposição e passou a considerá-los viáveis”, analisa Figueira.

No caso de Dilma, Camargos considera difícil avaliar se a conjunção de rejeição maior e crescimento menor representa um teto para as intenções de voto da petista. “Por ser mais conhecida, é natural que a rejeição seja maior”, avalia.

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