PF prende advogados e agentes da corporação que vazaram informações para irmã de Aécio

Da Redação (*)
05/06/2019 às 13:34.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:58
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

A operação "Capitu", deflagrada pela Polícia Federal (PF) no fim de 2018 e que, dentre várias ações, realizou buscas na casa de Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB), teve novos desdobramentos na manhã desta quarta (5). Uma nova operação, batizada de "Escobar", prendeu quatro pessoas, sendo dois advogados e dois policiais da corporação, por vazamento de informações privilegiadas para a irmã do político. Os suspeitos são investigados por corrupção ativa e passiva, organização criminosa, obstrução de justiça e violação de sigilo funcional. 

O vazamento teria ocorrido durante a primeira operação, que investigava um suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura, ainda durante o governo Dilma Rousseff (PT). Em dezembro do ano passado, a corporação fez buscas na casa de Andrea, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

Já nesta quarta, a PF cumpriu três mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária, além de sete mandados de busca e apreensão nos escritórios dos advogados Ildeu da Cunha Pereira e Carlos Alberto Arges Júnior. Segundo a corporação, o celular de Sanzio Baioneta Nogueira, advogado que defende Andrea Neves, foi apreendido. Os agentes também cumpriram mandados de intimação para que "possíveis envolvidos prestem esclarecimentos".

A investigação da operação "Escobar" teve início após serem encontrados documentos sigilosos e internos da PF durante as buscas na "casa dos investigados", em 2018. 

"Feitos os levantamentos e inúmeras diligências, foi possível constatar que advogados teriam cooptado servidores desta instituição, no intuito de obter, de forma ilegal, acesso a informações sigilosas ligadas a investigações em andamento nesta Superintendência", informou a PF.

Ainda conforme a investigação, os advogados, com o acesso privilegiado às informações, "usavam tal artifício para oferecer a seus clientes facilidades ilegais". Para a corporação, "tal atitude não só prejudica investigações como coloca em risco a segurança dos policiais envolvidos nos trabalhos".

Já sobre a prisão de dois agentes seus, a PF disse que a "repressão contra atos de servidores do órgão policial é extremamente sensível e, embora cause desconforto aos investigadores e a toda a instituição, é essencial para a manutenção da lisura e do compromisso que a Polícia Federal tem de servir à sociedade brasileira".

Outro lado

A reportagem tentou contato com o escritório do advogado Sanzio Baioneta Nogueira, que defende Andrea Neves. O espaço está aberto para sua manifestação. A reportagem também tenta ouvir representantes dos advogados Ildeu da Cunha Pereira e Carlos Alberto Arges Júnior, mas não obteve resposta. 

(*) Com Agência Estado

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