PGR vê indícios de crimes e pede mais prazo para concluir investigação sobre Aécio Neves

Da Redação
24/01/2019 às 18:18.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:12
A denúncia contra Aécio Neves foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República, que chegou a pedir a prisão do tucano, em 2017 (Wilson Dias/Arquivo Agência Brasil)

A denúncia contra Aécio Neves foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República, que chegou a pedir a prisão do tucano, em 2017 (Wilson Dias/Arquivo Agência Brasil)

Alegando "indícios de práticas criminosas que necessitam de esclarecimento", a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 60 dias para concluir as investigações do inquérito, que apuram a suspeita de envolvimento do senador e deputado eleito Aécio Neves (PSDB-MG) em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em Furnas, estatal do setor energético. 

Segundo a PGR, a investigação foi incrementada com informações bancárias obtidas por meio de acordo de cooperação internacional firmado com Liechtenstein, o que abriu uma nova linha de investigação.

"Ainda restam informações pendentes que somente poderão ser obtidas com a complementação da cooperação internacional ativa já em curso, o que justifica a continuidade das investigações, seja sob supervisão do Supremo Tribunal Federal, seja sob supervisão de juízo da primeira instância. O certo é que há uma linha investigativa a ser seguida, com indícios de práticas criminosas que necessitam de esclarecimento", ressaltou o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia.

O caso foi desarquivado pela Segunda Turma do STF em novembro do ano passado, após o relator, ministro Gilmar Mendes, ter determinado o encerramento do inquérito, apontando ofensa à dignidade do investigado.

Em manifestação encaminhada ao STF na semana passada, a PGR pediu a Gilmar Mendes que o inquérito seja encaminhado à Justiça Federal do Rio de Janeiro, caso o ministro entenda que a apuração sobre Aécio não atrai a competência da Corte depois que o tribunal reduziu o alcance do foro privilegiado para crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

Defesa

Em nota, a defesa de Aécio Neves afirmou: "trata-se da mesma notícia amplamente divulgada há cerca de um ano. A mãe do senador Aécio Neves, casada durante quase trinta anos com um conhecido empresário e banqueiro, criou, cerca de 18 anos atrás, uma fundação no exterior, cancelada alguns anos depois, após o agravamento de saúde de seu marido.

A fundação movimentou um total de 32 mil dólares ao longo de seis anos, representando uma média de cinco mil dólares anuais. Esses valores foram integralmente consumidos em pagamentos de honorários e de taxas bancárias e de administração. Registre-se que a fundação foi declarada no Imposto de Renda da titular, não havendo, portanto, qualquer irregularidade.

Após quase três anos de investigação e cinco prorrogações nos prazos, não foi encontrado qualquer indício que vinculasse o senador Aécio às falsas acusações feitas, o que atesta, de forma cabal, a correção de seus atos e a nossa confiança no arquivamento do presente inquérito".

* Com Estadão Conteúdo

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