Pilotos de Eduardo Campos não tinham formação adequada, diz investigação

Folha Press
26/01/2015 às 19:04.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:47
 (Elza Fiuza/ABr)

(Elza Fiuza/ABr)

O piloto e copiloto do jato que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República Eduardo Campos não tinham formação adequada para guiar a aeronave. Essa foi a avaliação feita por investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que analisam o acidente ocorrido em agosto passado.    O episódio resultou na morte do presidenciável em agosto passado, e vitimou outras seis pessoas -entre elas, o piloto, Marcos Martins, e o copiloto.   Chefe da investigação, o tenente-coronel aviador Raul de Souza ponderou, nesta segunda-feira (26), que os profissionais atuavam anteriormente em aeronaves semelhantes, mas precisavam de mais treinamento para pilotar o jato em questão.   "Para o comandante transitar de uma aeronave para a outra, precisava de um treinamento de diferença. Para o copiloto transitar de uma aeronave para outra, precisava de um curso completo", disse Souza em coletiva de imprensa.    Ele argumentou ainda que a aeronave do acidente e aquela guiada anteriormente pelo comandante "são de fabricantes e modelos diferentes e precisam de adaptação para transitar entre um e outro".   A queda da aeronave que provocou a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em agosto passado, não foi motivada por falhas mecânicas ou colisões em voo, apontam dados coletados pelo Cenipa.   O órgão, no entanto, evitou apontar falhas humanas como responsáveis exclusivas pelo acidente.   METEOROLOGIA   Não foram identificadores fatores ligados à meteorologia ou tráfego aéreo que afetassem a segurança do voo, assim como problemas nos motores. "Não existia nenhuma informação que restringia operação da aeronave em Santos", afirmou Souza. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (26) em coletiva de imprensa.    A análise feita até aqui indicou não haver "anormalidades" em sistemas da aeronave, como problemas hidráulicos ou no combustível. "Os dados preliminares indicam que os motores funcionavam perfeitamente", diz o Cenipa.    O órgão, no entanto, afirma que ainda não há uma avaliação definitiva sobre as causas do acidente. "Não há ainda qualquer conclusão factível em cima do que nós coletamos. E naturalmente nenhuma hipótese foi ainda desenvolvida ou criada", disse o brigadeiro do ar Dilton José Schuck, chefe do Cenipa.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por