Pimentel vê com tranquilidade negociação de aliança com PMDB

Ana Flávia Gussen - Hoje em Dia
25/02/2014 às 07:54.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:15
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O pré-candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel, se reuniu ontem com as bancadas estaduais de partidos aliados para discutir estratégias de campanha. Além de avançar nas negociações em torno das alianças proporcionais, o petista também estabeleceu uma agenda política junto aos parlamentares.

Os deputados estaduais ficarão responsáveis por mobilizar lideranças e militantes nas suas bases eleitorais para ajudar a reunir dados que servirão para montar o programa de governo, segundo explicou o petista.

“Vamos chegar em junho em condições de apresentar aos mineiros e mineiras um bom programa de governo que não vai ter caído dos céus ou saído da inteligência iluminada de qualquer um. Os deputados vão integrar a caravana e ajudar no trabalho de mobilização usando seu cadastro de mandato”, declarou Pimentel em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia.

Ele explicou que a “Caravana da Participação” começará em março. Serão encontros realizados de duas a três vezes por semana em cidades pólo. Ontem, alguns deputados já levaram sugestões de encontros. Participaram da reunião representantes do PMDB, PCdoB, PT e PRB.

Pimentel aproveitou para alfinetar os adversários. “Até me surpreendi um pouco, pois nossos adversários gostaram das nossas estratégias e até estão tentando repeti-las. Isso é sinal de que estamos no caminho certo”, declarou o petista, se referindo à consulta para o programa junto à população.

PMDB e PSD

O clima no encontro era de confraternização. Segundo uma fonte do partido, a bancada do PMDB tende a fechar uma aliança com o PT. “Aqui estamos em perfeita sintonia”, declarou um parlamentar. De acordo com ele, falta apenas costurar o apoio com uma parte da bancada federal.

Sobre os movimentos de uma ala do PMDB que avalia candidatura própria, Pimentel disse que “vê com tranquilidade” essa etapa de negociações. “O PMDB está discutindo qual vai ser sua estratégia em Minas. Sei que eles tem a tese da candidatura própria que é legitima, mas está cedo para fazer avaliação. O que eu acho que está muito claro para todos é que eles, em nenhuma hipótese, farão alianças com o PSDB. Isso é natural pois estão no governo federal e querem estar no governo estadual, caso consigamos fechar a coligação”, disse.

Quanto às especulações de que nacionalmente a aliança com o PMDB estaria ameaçada, ele negou. “Não tem nada disso. Momento de negociação (ministérios) sempre tem essa tensão. As expectativas são muito altas e isso é natural”, declarou. Sobre o PSD, ele revelou que conversou com o ex-prefeito Gilberto Kassab há dez dias e com a direção estadual do partido. “Nacionalmente já estão com Dilma. Vamos esperar que isso se reflita em Minas”.

Ele não quis comentar a possibilidade de seu adversário, Pimenta da Veiga, ter o apoio de dois presidenciáveis, o senador Aécio Neves e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). “Vamos esperar as decisões oficiais dos partidos”.
 
PCdoB não sabe se apoia PT
 
Na quinta-feira, o PT vai se reunir com a bancada do PCdoB na Assembleia Legislativa para tentar fechar a volta do partido para o bloco de oposição. A sigla ainda não definiu se fará ou não parte dos apoiadores.

Em legislaturas passadas, o PCdoB era oposição ao governo de Minas, porém, a bancada chegou a fazer parte de um bloco governista na Casa.
O PCdoB conta com dois deputados: Celinho do Sinttrocell e Mário Henrique Caixa.
 
PMDB segue dividido entre se unir a Pimentel ou ter candidato
 
A direção estadual do PMDB se reuniu ontem para discutir as eleições de 2014. O encontro contou com discursos inflamados daqueles que são a favor da candidatura própria ao governo de Minas.

O deputado federal Leonardo Quintão, o senador Clésio Andrade e o presidente do partido, deputado federal Saraiva Felipe, saíram em defesa dessa proposta. Clésio é cotado para encabeçar a chapa.

“Não há clima no partido para defendermos outra coisa que não seja candidatura própria”, disse Saraiva. Ele considerou ser uma “traição” negociações com o PT. De acordo com ele, o PT não procurou oficialmente a direção peemedebista. “Não temos nenhuma conversa oficial. Não fui procurado e não procurei, como também não houve encontros. Seria uma traição ao nosso compromisso com candidatura própria”, declarou o dirigente.

O deputado federal disse, ainda, que o partido deve realizar, na primeira quinzena de março, um evento para concretizar a candidatura própria.

Quanto à formação da chapa com o senador, Saraiva disse que se o PT quiser pode ter a vaga de vice ou do Senado. De acordo com aliados, Clésio, Quintão e Saraiva estão mobilizando as bases para apoiar a tese.

Aliança encaminhada

Os defensores do acordo com o PT contam, no entanto, com a volta do presidente licenciado do PMDB mineiro, o ministro da Agricultura Antônio Andrade, para esvaziar essa mobilização.

Andrade é cotado para ser o vice de Fernando Pimentel e já falou que as conversas com estão adiantadas. O peemedebista chegou a dizer que a vaga no Senado será prioritariamente oferecida a Clésio. Andrade deve deixar o ministério no próximo mês.

Por ora, o PMDB segue divido. A bancada estadual demonstra interesse em se coligar com o PT e a direção da Executiva não se definiu . As convenções - quando se decide os rumos das legendas - serão realizadas entre 10 e 30 de junho.

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