BRASÍLIA - Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) a Procuradoria-Geral da República pediu que o ex-presidente do PT José Genoino seja analisado por uma junta de cardiologistas antes que a Justiça decida sobre o pedido de prisão domiciliar feito por ele.
O parecer foi dado pela sub-procuradora-geral da República Ela Wiecko, que está interinamente no lugar de Rodrigo Janot devido a uma viagem do procurador ao exterior.
O pedido de prisão domiciliar foi feito pela defesa de Genoino ao Supremo uma vez que ele sofre de problemas cardíacos. O ex-presidente do PT passou por uma cirurgia em julho para corrigir lesão em uma das artérias do coração. Devido à recuperação, pediu licença de seu mandato na Câmara.
O médico Daniel França Vasconcelos, que atendeu o petista, disse que Genoino sofre de "hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia". Isso significa que ele tem pressão alta e níveis elevados de gordura no sangue. De acordo com o médico, Genoino deve seguir uma dieta específica, tomar medicamentos regulares e controlar a coagulação sanguínea.
Vasconcelos reclamou aos amigos sobre a interpretação do seu laudo. Ele diz não ter feito recomendação sobre o tipo de prisão a que deveria ser submetido o petista e afirma que apenas descreveu o estado de saúde de Genoino.
"Em nenhum momento nós dissemos que o médico fez algum tipo de recomendação dessa ordem", disse o advogado Luiz Fernando Pacheco: "Coube a mim, como advogado, interpretar o que estava no laudo médico e recomendar o regime de prisão albergue domiciliar".
Irmão de Genoino, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), afirmou que a família irá responsabilizar o presidente do STF, Joaquim Barbosa, pelo que acontecer com o petista no cárcere. "Ele [Barbosa] sabe que o Genoino não pode estar onde está. Vamos reagir a essas injustiças", escreveu Guimarães em sua conta no Twitter, no fim da noite de domingo.