Protestos obrigam PSOL a "discutir relação" com as ruas

Luciana Nunes Leal
31/08/2013 às 10:09.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:31

Fundado em 2004 por um grupo de petistas insatisfeitos com os rumos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o PSOL não escapou do impacto dos protestos que tomaram conta do país em junho. Diante da rejeição de grande parte dos manifestantes a todos os partidos políticos, os militantes da sigla recolheram as bandeiras, mas não saíram das ruas. No Rio, os políticos com mandato participam discretamente das mobilizações nas ruas e os jovens do partido passaram a ser os protagonistas, mas na condição de integrantes de movimentos sociais e estudantis.

Em paralelo, o partido se organiza para o 4.º Congresso Nacional, em novembro, e nove teses estão em discussão. Todas avaliam o impacto das mobilizações no País, no cenário político e no partido. "Os gastos faraônicos em estádios, os investimentos públicos com saúde e educação são lutas em que a gente estava há muito tempo, mas não repercutiam como agora", avalia Chico Alencar (RJ), um dos três deputados federais da sigla. "Tivemos a sabedoria de não querer embandeirar os movimentos. A gente compreendeu que a rejeição política não livrava ninguém."

No partido, segundo o deputado, há três formas de encarar os protestos. "Há os que acham que o gigante acordou e vai mudar a face do País, outros acreditam que vai dormir de novo, porque os protestos são inorgânicos e extremamente diversificados. E há os que dizem que o gigante se mexeu, voltou a dormir, mas um sono leve, com possibilidade de acordar a qualquer momento", afirma Alencar, que se inclui no terceiro grupo. "Alguns mitos foram derrubados, como o de que a classe C vai ao paraíso."

Algumas teses apresentadas para o congresso do PSOL defendem uma radicalização mais à esquerda. Quatro atacam diretamente Randolfe Rodrigues (AP), único senador da sigla, por ter se reunido com a presidente Dilma Rousseff, contrariando decisão da Executiva nacional, após a onda de protestos. Randolfe também é criticado por aceitar, em Macapá, o apoio do DEM a Clécio Luís, um dos dois prefeitos do PSOL - o outro é de Itaocara (RJ). "O PSOL já está à esquerda. Mais à esquerda é o precipício", ironiza Randolfe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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