(Flávio Tavares)
Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) articula-se para fortalecer o palanque da sua reeleição em Minas, com o apoio do PMDB – após a nomeação do presidente estadual da legenda, Antônio Andrade, para o Ministério da Agricultura –, o PSDB trabalha com peemedebistas do interior para fortalecer o nome do senador Aécio Neves na disputa presidencial de 2014. A tentativa dos tucanos mineiros passa por pelo menos 76 municípios no Estado em que o PMDB teve confronto direto ou indireto com o PT nas eleições municipais de 2012, conforme levantamento feito pelo Hoje em Dia. Segundo lideranças do PSDB, nas cidades em que o PMDB não teve o PT como aliado, os tucanos tentarão ganhar terreno aproveitando o “lado fisiológico” do partido de Antônio Andrade. No último pleito, os petistas elegeram 113 prefeitos e os peemedebistas, 118. Fortes ligações O presidente do PSDB-MG, deputado federal Marcus Pestana, desconversa sobre a “sondagem” e garante ter relações amigáveis com todos os prefeitos do PMDB do interior do Estado. “Grande parte dos prefeitos peemedebistas é aliado desde 2002. Temos ligações políticas fortes com o partido”, diz. “É o jogo local que determina a polarização. Nem sempre há alinhamento com o quadro nacional”. Da parte do PMDB, o novo presidente do diretório, deputado federal Saraiva Felipe, garante “fidelidade” aos projetos do comando nacional da legenda para Minas e a manutenção do nome do senador Clésio Andrade como pré-candidato. “O fato de o PSDB sondar e buscar apoio é legítimo. Agora, até hoje, nosso projeto é ter candidatura própria. É possível acontecer justamente o contrário: que o PMDB busque outros partidos para ampliar o apoio”, comenta Saraiva. Embora o novo ministro da Agricultura não represente a unidade peemedebista mineira, segundo avaliação de membros do partido, o nome de Andrade pode contribuir para ampliar a influência de Dilma Rousseff no Estado. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), participou das articulações que resultaram na reforma ministerial e é o potencial candidato petista ao governo de Minas em 2014. No que depender do comando do PT no Estado, a aliança com o PMDB em torno do nome de Dilma está “consolidadíssima”. “É impossível os tucanos conseguirem atrair o PMDB, mesmo nas cidades em que ele esteve em lado oposto do PT. As ações fortes no interior de Minas são todos projetos do governo federal. A aliança está feita, não tenho dúvidas”, afirma o presidente do PT mineiro, deputado federal Reginaldo Lopes.