PT prepara posse modesta para Fernando Pimentel em Minas

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
08/12/2014 às 08:25.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:18
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

Apesar de assumir pela primeira vez o governo de Minas, o PT prepara uma posse modesta para o governador Fernando Pimentel. A solenidade será rápida e sem muita pompa. 

Para o evento, marcado para o dia 1º de janeiro, a legenda convidou os movimentos sociais e sindicatos. A ideia é mostrar identidade com uma gestão popular, principal bandeira da campanha eleitoral petista.

Entre os artistas, um convite já teria sido feito ao rapper Flávio Renegado, da comunidade do Alto Vera Cruz. Ao longo da campanha, ele foi presença constante nos palanques de Pimentel e Dilma.

Ficou a cargo dos deputados listar os sindicatos e sindicalistas convidados para a cerimônia. Solenidade que será breve, uma vez que Pimentel faz questão de comparecer à posse da presidente reeleita Dilma Roussef (PT), em Brasília, no mesmo dia.

A posse em Minas começará às 9h, no plenário da Assembleia Legislativa, onde Flávio Renegado deverá cantar o hino nacional. Em seguida, está previsto um outro ato, no Palácio da Liberdade, a partir das 11h.

O público poderá acompanhar a posse apenas quando Pimentel sair da Assembleia e se dirigir à Praça da Liberdade. Foi o que disse o futuro líder de governo na Assembleia, deputado estadual Durval Ângelo (PT).

O ato no Legislativo será voltado aos parlamentares da Casa e autoridades convidadas. “Vai ser tudo muito curto, rápido, porque Pimentel vai a Brasília participar do grande ato que o PT convocou para a Praça dos Três Poderes”, disse.

Segundo parlamentares ouvidos pelo Hoje em Dia, a ordem é colar a imagem de Pimentel ao bom relacionamento com os movimentos populares e tentar consolidar a imagem de governo participativo”. “Vamos bombar os movimentos sociais tanto aqui como em Brasília, nas posses de Pimentel e de Dilma”, resumiu o deputado federal Reginaldo Lopes (PT).

Durante a campanha eleitoral, umas das principais bandeiras adotadas pelo ex-ministro de Dilma foram as chamadas Caravanas da Participação. Nas viagens pelo interior do Estado, Pimentel colheu demandas dos eleitores para o seu programa de governo.

Em 4 de julho, ao registrar a candidatura na Justiça Eleitoral, o petista sinalizou as diretrizes do programa, por exemplo, o olhar regional e a participação popular. Entre os mecanismos populares foram citados a ampliação do Orçamento Participativo, marca de sua gestão na PBH, canais de comunicação e a criação de conselhos regionais.

Presidência também terá festa para o povo

Para validar o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT) em ato de comemoração da vitória nas urnas, no dia 5 de outubro, e melhorar a imagem do governo após as denúncias da Petrobras, o PT nacional também decidiu investir na “festa popular” para a solenidade da posse, em 1º de janeiro.

No dia em que venceu a disputa eleitoral de 2014, a petista prometeu o “diálogo” como o principal compromisso do segundo mandato. Entre as mudanças necessárias ao Brasil destacadas pela petista está a reforma política.

De acordo com o diretório regional do PT do Distrito Federal, a solenidade será importante para mostrar que os movimentos populares foram fundamentais para a reeleição da presidente. O partido não confirma, no entanto, mais detalhes da agenda, ainda em negociação.

Na reunião da Executiva nacional da legenda, na primeira semana de novembro, foi montada uma comissão encarregada exclusivamente de convocar os movimentos sociais para a “grande mobilização” na Praça dos Três Poderes.

A solenidade está prevista para ter início às 18h30 e poderá contar com a presença de chefes de Estado como o de Cuba, Raúl Castro.

A presidente Dilma e o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) tomam posse em sessão do Congresso Nacional. No local, eles prestam compromisso de defender e cumprir a Constituição Federal.

Gasto com cerimônia incluído no orçamento estadual deste ano

O evento da posse está sendo organizado há pelo menos um mês, durante reuniões na Cidade Administrativa feitas pelo Cerimonial do Governador, da Superintendência Central de Eventos e Assessoria de Imprensa do Governador.

De acordo com as assessorias de imprensa do PT e do governador eleito Fernando Pimentel, a solenidade de posse é paga exclusivamente pela atual gestão do Estado, sendo que a posse oficial na Assembleia entra no orçamento deste ano na Casa. Os valores, porém, não foram informados.

Já segundo a Assembleia, não é possível especificar o valor dos gastos porque não há demanda de criar uma “estrutura extraordinária”.

Eles informaram ainda que os convites da cerimônia serão feitos e enviados usando o sistema já empregado na Casa para eventos dos deputados. No caso de contratação de buffet ou de montagem de palanque, são feitas licitações.

O governo de Minas afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o roteiro da posse ainda não foi concluído e a lista de convidados também está em aberto. Essa ficará à cargo especialmente do governador eleito, que tem autonomia para escolher. Presenças de petistas de outros estados, até o momento, não foram confirmadas.

No dia 19 deste mês de dezembro Pimentel e os deputados eleitos este ano serão diplomados no Palácio das Artes. A cerimônia terá início às 17h, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG).

Conforme publicado pelo Hoje em Dia na última semana, depois de o corpo técnico do Tribunal ter pedido a desaprovação das contas de Pimentel, o Ministério Público do Estado também opinou pela rejeição das mesmas. Foi detectado um gasto a mais de R$ 10 milhões do limite estipulado. Inicialmente, projetou-se R$ 42 milhões, mas o total despendido pelo petista alcançou R$ 52 milhões.

Além de ter extrapolado a despesa, na prestação de contas foram encontradas ainda impropriedades na emissão de recibos após a entrega da prestação de contas final, ausência de lançamento de doação recebida e incompatibilidade de valores entre o transferido para prestadores de contas e o recebido pelo doador originário.

Na última quarta-feira, por meio de nota, a campanha do petista informou que “reafirma a lisura e a correção das contas da campanha ao governo de Minas e aguarda a decisão final sobre a questão a ser proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais”.

Primeiro petista a conquistar o Palácio Tiradentes, o ex-ministro de Dilma obteve 5,3 milhões de votos. Venceu o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB) nas urnas e encerrou o período de 12 anos de gestão tucana no Estado.
 

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