Rede e PSB divergem sobre áreas protegidas e postura adotada em Minas

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
03/06/2014 às 08:02.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:51
 (EUGENIO MORAES - 10/5/2014)

(EUGENIO MORAES - 10/5/2014)

A menos de um mês para a convenção estadual do PSB em Minas Gerais que irá definir o nome do candidato que disputará as eleições para governador, socialistas e aliados da ex-senadora Marina Silva, pré-candidata a vice de Eduardo Campos (PSB), vivem mais um capítulo conturbado na aliança.

Desta vez, militantes da Rede Sustentabilidade, ainda em formação, acusam deputados federais socialistas, como o concorrente ao governo de Minas, Júlio Delgado, e Márcio França (SP), da Executiva Nacional socialista, de defenderem posturas contrárias às de Marina na Frente Parlamentar da Câmara Federal em Defesa das Populações Atingidas por Áreas Protegidas.

A postura é classificada pelos ambientalistas da Rede como mais um dos “ponto de divergência” no acordo entre a ex-senadora e Campos e será debatida entre os comandos dos dois grupos políticos nos próximos dias.

“Como um pré-candidato como Delgado pode ter assinado um documento que dá brecha para revisão das áreas de conservação, colocando em risco as conquistas ambientais e a demarcação de terras indígenas e passando por cima da manifestação pública de Marina e da Rede contra a criação desta frente na Câmara?”, critica Ricardo Lobato, militante da Rede.

Segundo Ricardo, o Fórum Brasileiro de Organização e Movimentos Sociais também se posicionou contra a formação da comissão especial. O comando nacional da Rede vai se reunir com a Executiva do PSB para tratar do impasse.

Em abril, por meio de nota, o coletivo de Marina Silva afirmou que a frente “não condiz com a prática do atual processo de criação de unidades de conservação no Brasil e de critérios públicos bem definidos”.

O deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB mineiro, minimizou as críticas e disse que a Frente Parlamentar sequer tem “caráter legal”. “Não tem a mínima influência na demarcação de terras indígenas, não tem nenhuma lei. É só um primeiro foco de discussão de uma frente que ainda nem foi instalada e um motivo para falar da gente, porque não têm nenhum argumento para nos criticar”, diz.

“E não fui só eu quem assinou. Vinte dos 26 deputados federais do grupo assinaram o documento, atendendo a uma reivindicação de Rondônia”, acrescenta. Segundo a Câmara, no entanto, a frente está em funcionamento com 216 deputados, idealizada pelo Weverton Rocha (PDT-MA).

Procurado pelo Hoje em Dia, o representante da ala ambientalista da Rede e pré-candidato ao Palácio Tiradentes, Apolo Heringer, descartou efeitos negativos do “fogo amigo” no PSB diante do eleitorado. “Eu não estou denunciando isso, e acho que é muito cedo falar que poderemos perder credibilidade ou votos. Quando o eleitor indeciso souber os motivos da divisão, porque o Delgado defendia aliança com o PSDB, ele vai saber se decidir”, conta. “Mas tenho uma opinião de que é preciso ter uma visão ampla de mudar a política econômica do planeta, em vez de focar apenas em ilhas de conservação para não serem destruídas”, completa.
 

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