Ricardo Teixeira é indiciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica

Folhapress
02/06/2015 às 08:29.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:18
 (Estadão Conteúdo)

(Estadão Conteúdo)

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Ricardo Teixeira por suspeita de crimes financeiros relativos à época em que ele comandava a entidade.

O relatório da PF, concluído em janeiro, cita movimentações atípicas em nome de Teixeira identificadas pelo Coaf (Controle de Atividades Financeiras), vinculado ao Ministério da Fazenda.

De acordo com a revista "Época", o montante movimentado pelo cartola entre 2009 e 2012 chegou a R$ 464,6 milhões. A informação teria sido repassada pela Coaf à PF, segundo a publicação.

Os policiais reuniram elementos para indiciá-lo pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.

As conclusões da polícia nesse inquérito são anteriores à prisão, na semana passada, do atual presidente da confederação, José Maria Marín, acusado de participação em um esquema de corrupção internacional envolvendo dirigentes de futebol.

Teixeira não é um dos nove cartolas e ex-executivos indiciados pela Justiça americana, mas aparece nos documentos como um dos "coconspiradores" envolvidos em pagamento de propina e lavagem de dinheiro.

Segundo investigação do FBI (polícia federal americana), Teixeira compartilhava com os seus sucessores José Maria Marin (2012-2015) e Marco Polo Del Nero (atual presidente) propina ligada aos direitos televisivos da Copa do Brasil, torneio disputado desde 1989 que reúne os principais clubes do país.

De acordo com os EUA, desde 2012, a propina paga nesse esquema é de R$ 2 milhões por ano, divididos entre os três cartolas.

HISTÓRICO

Em 2012, Teixeira renunciou à presidência da CBF e ao Comitê Executivo da Fifa após denúncias de que recebera dinheiro por partidas da seleção brasileira e de um contrato de marketing firmado pela entidade máxima do futebol mundial.

Com a saída, ele também deixou o posto de presidente do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014. Na época, o cartola justificou o afastamento dos cargos alegando problemas de saúde.

No final do ano passado, já temendo as investigações em curso nos Estados Unidos, Teixeira decidiu colocar à venda sua mansão de mais de 600 metros quadrados em Miami. O imóvel havia sido adquirido dois anos antes por US$ 22 milhões.

A Folha de S.Paulo vem tentando entrar em contato com Teixeira desde a semana passada, quando eclodiu o escândalo, mas os pedidos de entrevistas não foram respondidos.

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