Senador acusa Del Nero de 'golpista' por articular mudança de vice

Folhapress
04/06/2015 às 14:18.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:21

O senador Zezé Perrella (PDT-MG) chamou o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, de "golpista". Ex-presidente do Cruzeiro por quatro mandatos, o parlamentar reprovou nesta quinta (4) a decisão da cúpula da entidade de alterar a sucessão de Del Nero.

Na quarta (3), o dirigente convocou os 27 presidentes de federações para uma assembleia extraordinária com o objetivo de reformar o estatuto da confederação. A mudança no critério de sucessão é o tema principal.

"Isso é golpe. O Marco Polo Del Nero é um mafioso e quer mudar as regras para colocar um cupincha no seu lugar. Está tudo claro. A intenção dele é preparar a renúncia, mas manter a quadrilha no poder", afirmou Perrella, um dos articuladores da CPI da CBF no Senado.

A entidade presidida por Del Nero tem cinco vices. Em caso de renúncia, o mais velho substituiu o mandatário. Del Nero quer mexer nisso.

Com a prisão de José Maria Marin, 83, que também era vice da CBF, o presidente da Federação de Futebol de Santa Catarina, Delfim Peixoto, 74, é o primeiro na linha de sucessão. Mas Peixoto não tem a confiança de Del Nero.

Presidente da entidade até abril, Marin está preso na Suíça acusado de ser um dos beneficiários do esquema de propina na comercialização de torneio no Brasil e na América do Sul.

"Quando o Ricardo Teixeira renunciou, o Marin entrou no seu lugar seguindo a legalidade. Agora, ele [Del Nero] não pode mudar a regra. O Delfim é um sujeito do bem. Talvez seja por isso que ele não quer", disse o senador.

Perrella acredita que os presidentes das federações vão ceder a pressão de Del Nero. A assembleia geral é o órgão máximo da CBF e pode até tirar o presidente do poder. Apenas os 27 presidentes das federações participam. "Eles vão acatar o que o Del Nero pedir. Todos recebem mesada da CBF", acrescentou.

A confederação paga o apelidado "mensalinho" ( de cerca de R$ 50 mil por mês) aos cartolas locais como forma de ajuda de custo para as federações. No ano passado, Marin aprovou para cada presidente um "salário" de R$ 15 mil pagos pelos cofres da CBF.

O senador apoia o movimento articulado por Ronaldo para a saída de Del Nero da entidade. "Agora, todos vão ter que se unir. A CBF está sem credibilidade. Se ele [Del Nero] não renunciar agora, vamos pegá-lo na CPI. Isso é certo", disse o senador, que é favorável à criação de uma liga independente da confederação para administrar os campeonatos nacionais.

"A partir de agora, a CBF tem que ficar apenas com a seleção. E de preferência sem um dirigente que roube", completou.

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