Senador Carlos Viana aceita trocar o PHS pelo PSD antes mesmo de assumir, Kalil também deve sair

Bruno Inácio
10/12/2018 às 16:22.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:29
 (Bruno Inácio)

(Bruno Inácio)

O senador eleito por Minas Gerais, Carlos Viana (PHS), vai mudar de legenda. Ele vai se filiar ao PSD, partido liderado pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. O presidente da legenda fez o convite nesta segunda-feira (10), durante um almoço na casa do prefeito Alexandre Kalil (PHS).

Dentre os presentes na reunião na casa do prefeito, que também devem mudar de partido, mas ainda não revelaram a nova escolha, estavam o senador baiano Otto Alencar, o recém eleito para o Senado Coronel Ângelo e os deputados federais mineiros Raquel Muniz e Diego Andrade, todos do PSD.

Ao aceitar o convite de Kassab, o senador eleito diz que busca resgatar a importância política de Minas Gerais, que ele considera ter fraca representação no Congresso. “Recebo o convite do PSD com muita satisfação. É uma bancada importante no Senado hoje”, afirmou Viana.

Com a chegada do jornalista, o PSD passará a ter oito senadores na bancada do Senado, o mesmo quorum do PSDB, que tem a segunda maior da Casa. O MDB é o maior partido, com 12 representantes.

“Nós queremos esse novo posicionamento do governo Bolsonaro, porque nós queremos Minas respeitada. Nós não queremos Ministério de papelão não. Ministério que vai compor sem dinheiro, sem nada. Nós queremos a importância que Minas precisa e tem direito”, disse o senador, antes de listar uma série de obras que ele considera fundamentais, como a revitalização do Rio São Francisco, BR-381, rodoanel e investimentos para o Norte de Minas.

Kalil

Mesmo sem dizer para onde vai, quem também já admitiu que deixará o PHS é o prefeito da capital. Questionado por uma jornalista se estaria debandando do partido, respondeu: "O PHS já acabou. O partido vive uma guerra fratricida", decretou. O mandatário também foi convidado por Kassab para tornar-se pessedista, mas ainda não se decidiu.

Independentemente do partido, uma coisa está definida: o prefeito vai apoiar o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), a partir de primeiro de janeiro. "Eu vou onde tem dinheiro. Quem abraça pobre fica por baixo. O dinheiro está lá, vou apoiar quem estiver naquela cadeira", declarou.

Quando confrontado com as denúncias de que Fabrício José de Queiroz, ex-assessor da família Bolsonaro, fez movimentação financeira milionária suspeita, em caso que está sendo investigado pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), o prefeito saiu com "Eu quero é verba para BH. Quem cuida de denúncia é juiz".

Sem apontar candidatos, o mandatário falou também sobre a disputa para a presidência da Câmara dos Vereadores, no início de 2019. "Vai sair um candidato de lá e vai ganhar, como ganhamos todas as votações nesses dois anos", exaltou, citando o grupo que o apoia na Casa.

Crise

A saída do prefeito da capital e do novo senador são mais dois baques para o Partido Humanista da Solidariedade, que tem se desidratado desde o resultado das eleições de 2018. Apenas seis deputados federais conseguiram uma vaga no Congresso para a próxima legislatura.

Mesmo sendo maior que os cinco da última eleição, o quorum não foi suficiente para garantir o fundo partidário à legenda. A cláusula de barreira obriga o mínimo de 9 deputados eleitos nestas eleições para que o partido tenha direito a recursos públicos do fundo partidário e à Justiça Eleitoral.

A previsão de articuladores é que mais nomes deixem o PHS, que passa também por discussões jurídicas internas e divisões entre seus membros, que discordam de decisões das executivas e diretórios, tanto nas esferas federal quanto municipal e estadual.

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