Senador diz que Pagot perdeu a chance de virar “grande herói do País”

Agência Câmara
29/08/2012 às 08:01.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:50
 (José Cruz/ABr)

(José Cruz/ABr)

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse na terça-feira (28) que o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot perdeu a oportunidade de ser “o grande herói do País” ao denunciar possíveis arranjos de licitações entre a Delta e o órgão. De acordo com Simon, Pagot poderia ter feito como o ex-deputado Roberto Jefferson fez no suposto esquema do mensalão.

“Desculpe ser sincero, mas vossa excelência não veio falar. Acho que o momento de falar era aquele quando estava magoado e ressentido, mas o relator [deputado Odair Cunha (PT-MG)] não quis. Hoje, a água esfriou, a comissão saiu da capa do jornal e vossa excelência vem depor”, dirigiu-se o senador a Pagot.

De acordo com Simon, Pagot teria dito ao senador, em ocasiões anteriores,  que contaria à CPMI sua versão sobre o superfaturamento de obras.


"Comissão de mentira"

O senador também criticou a CPMI, por ser uma comissão “de mentira, de faz de conta, onde os líderes se reuniram, deram as decisões e fizemos o papel de bobo.”

Simon citou a ausência de líderes partidários na reunião e afirmou que isso indicaria um acerto para o depoimento de Pagot. “Não vi os líderes do PT e do governo aqui. Não vi ninguém, é porque sabiam que não ia acontecer nada.”

Sobrou inclusive para o seu partido, o PMDB, que não escolheu suplentes para a comissão, deixando o senador fora do colegiado. “É que os princípios éticos [do partido] são tão profundos que eu não consigo chegar lá.”

O deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), no entanto, defendeu seu partido e disse que vários parlamentares da legenda estiveram na reunião. “O senhor chegou há pouco e eu cheguei às 10 horas”, disse a Simon.


Defesa da comissão

Odair Cunha e o vice-presidente do colegiado, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), argumentaram que Pagot falou tudo o que queria na CPMI. “A comissão achou por bem marcar [o depoimento] agora. Quando [o depoente] vem e ele não diz o que se esperava, somos contestados; se não vem, também somos criticados. É um ônus que temos de correr”, declarou Cunha.

De acordo com Teixeira, Pagot respondeu a todas as perguntas e omitiu somente o nome do informante que teria lhe dito qual seria o motivo do aditivo das obras do Rodoanel (conseguir verbas de campanha para Serra, Alckmin e Kassab). “Esta comissão não perdeu por trazer o Pagot neste momento”, avaliou.

A reunião da CPMI do Cachoeira prossegue na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

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