‘Terceiro turno’ começa nesta terça na Assembleia

Patrícia Scofield* - Hoje em Dia
28/10/2014 às 08:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:48
 (Lia Priscila/Arquivo)

(Lia Priscila/Arquivo)

Com a retomada dos trabalhos na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (28), depois da campanha eleitoral, partidos aliados do governador eleito, Fernando Pimentel (PT), retomam as negociações pela presidência da Casa e pelos cargos de presidente e secretário-geral da Mesa Diretora, especialmente. PT e PMDB chegaram a fechar um acordo informal de acabar com a reeleição do “comandante” do Legislativo estadual, cargo hoje ocupado por Dinis Pinheiro (PP), para dar vez aos dois partidos. O regimento interno permite que o presidente da ALMG seja reeleito.

“As bancadas do PT e do PMDB serão iguais, em 2015, com dez parlamentares, e esse revezamento facilitaria muito para a gente. Está todo mundo com o espírito aberto e não podemos ter vaidade, temos que ajudar Pimentel.
Acho que isso vai lograr”, afirmou um deputado aliado que pediu anonimato.

Entre os cotados para o posto estão Durval Ângelo (PT), Paulo Guedes (PT), Adalclever Lopes (PMDB) e Ivair Nogueira (PMDB). Corre nos bastidores que Adalclever deverá assumir a cadeira por ter uma postura “mais prática”, para ajudar Pimentel a “acelerar os processos” no Legislativo. O nome teria aprovação de alguns dos petistas, apesar de os candidatos da sigla não estarem dispostos a abrir mão da disputa.

O vice-governador eleito Antônio Andrade mandou avisar aos deputados que somente depois do dia 30 deste mês vai definir a questão. Por parte do governador eleito, a orientação é manter silêncio para evitar problemas. Mesmo porque, ele precisa formar uma boa base aliada entre os deputados para que possa governar sem maiores transtornos a partir do ano que vem.

De acordo com o deputado estadual Rogério Correia (PT), a partir desta semana, será elaborada ainda a pauta da Assembleia, para acalmar as “queixas de caciquismo”. O líder da minoria, Sávio Souza Cruz (PMDB), foi procurado pela reportagem, mas não retornou.

“Tem muita reclamação de que deputados da base não se sobressaem e até para a presidência da Casa não dá para impor um nome, tem que ver com a oposição e na base os mais palatáveis”, disse Rogério.

Segundo o líder de governo na Casa, Luiz Humberto Carneiro (PSDB), a nova oposição ao governo de Minas ainda não se reuniu para definir a postura em relação ao assunto.

“É uma eleição como qualquer outra, cada um dos cotados precisa correr atrás de apoio. A gente se afastou desse assunto e nesta terça vamos estar com o pessoal em BH”, observou.

O PT e o PMDB tiveram o maior número de eleitos (10, cada partido), seguidos pelo PSDB (9). Dos 77 deputados estaduais eleitos, 26 farão parte da renovação da Casa. Dos 64 atuais parlamentares que se candidataram, 51 foram reeleitos.
 
Mobilização para reunir a base
 
Além da necessidade de reforma no campo político, já sinalizada pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) em seu discurso após as eleições, a governabilidade da petista dependerá também de reunir partidos de sua base que chegaram a fazer campanha para o seu principal adversário nas urnas, Aécio Neves (PSDB). Durante o período eleitoral, parte do PP, do PSD, do PR e do PDT foram liberados pelos comandos nacionais para pedir votos pelo tucano, apesar de serem base de Dilma no Congresso Nacional.

A partir desta terça, essas legendas iniciam conversas internas em Brasília. “Nunca tivemos adesão cega ao governo federal.Agora, vamos conversar, porque temos tempo. Temos um grupo que trabalhou para Aécio, mas não teve conotação de dissidência. Foi o momento eleitoral”, afirmou o deputado federal Mario Heringer (PDT), que evitou citar as moedas de troca pelo apoio.

No que depender do PR, o realinhamento será automático. “Já temos o Ministério dos Transportes. Não acredito em mudanças. Sempre tivemos postura de diálogo e apoiamos Dilma, mesmo não tendo votado 100% com todos os projetos do governo”, disse o deputado estadual Léo Portela (PR), filho do deputado federal reeleito, Lincoln Portela (PR). Já o deputado federal Renzo Braz (PP) negou que a sigla cogite pedir cargos ou emendas em nome da união. “Não sei como vai ficar, mas não faço nada por troca de cargo, fazemos pelo desenvolvimento do país”, falou. O PSD foi procurado, mas a reportagem não conseguiu contato.

Comando

Nessa segunda-feira (27), o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), considerou que o PT não poderá ocupar o comando do Congresso na próxima legislatura. Nesta eleição, o PT conquistou a maior bancada da Câmara com 70 deputados, quatro a mais do que o PMDB, segundo no ranking.

“Se a gente teve uma eleição acirrada e se a gente quer buscar uma conciliação, não tem sentido você defender que o partido que ganhou a eleição fique também com o comando do Congresso porque seria uma hegemonização do poder na mão no PT”, afirmou.

Pauta do dia no Legislativo

Na pauta desta terça-feira, estão nove vetos do governador Alberto Pinto Coelho (PP) que precisam de quórum privilegiado para serem votados, a suplementação orçamentária da ALMG, do Tribunal de Justiça, e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 69, que reintegra ao quadro de servidores efetivos do Estado os 96 mil profissionais da educação que deverão ser exonerados em função da decisão do STF que considerou a Lei Complementar 100 inconstitucional.

* Com informações de Agências de Notícias

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