Troca de secretários será em conjunto, nas próximas semanas

Ana Flávia Gussen - Hoje em Dia
12/12/2013 às 06:32.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:44
 (Omar Freire/Imprensa MG)

(Omar Freire/Imprensa MG)

O governador Antonio Anastasia (PSDB) vai pedir que os secretários de Estado que pretendem disputar as eleições de 2014 deixem seus cargos até a primeira semana de janeiro, quatro meses antes do prazo legal. O objetivo é fazer a reforma no primeiro escalão de uma só vez, exonerando os candidatos e aqueles que vão perder as cadeiras por causa da reforma administrativa.

Para evitar que a reforma prejudique o andamento dos programas de governo, a tendência é nomear os atuais secretários-adjuntos. Com isso, o primeiro escalão tende a ficar mais técnico. 

De acordo com a Justiça eleitoral, secretários de estado podem deixar o cargo até abril do ano que vem. Porém, o único que deve permanecer na cadeira até o prazo limite é o próprio governador, que deve se candidatar ao Senado.

Dos 23 secretários, entre 11 e 12, no mínimo, vão deixar as pastas. 

O governador quer adiantar o prazo para evitar a exposição daqueles que deixarão o governo por causa da extinção das secretarias, segundo informaram fontes.

“Para evitar que nos próximos dias sejam exonerados apenas os que tiveram as secretarias extintas, ele quer que todos já saiam de uma vez até o fim de dezembro”, diz um membro do governo. 

Outro aliado acredita que tirar os candidatos das pastas antes da hora seja a melhor decisão. “Estão reclamando que eles usam as secretarias para fazer campanha antecipada. Isso vai ajudar a resolver o problema”, informou.

As conversas serão intensificadas na semana que vem, quando os partidos se reunirão com o próprio governador para apresentarem suas demandas. 

Negociação

Adjuntos de quatro secretarias devem assumir para que os titulares disputem a eleição. Nesse caso, o secretário de Ciência e Tecnologia, Nárcio Rodrigues (PSDB), já está licenciado desde o mês passado. Ele reassumiu a cadeira na Câmara para votar as emendas ao orçamento da União.

Outras seis secretarias serão fundidas entre si na reforma administrativa. Parte desses secretários também pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados ou na Assembleia. Porém, nesse caso a dificuldade na negociação gira em torno de quem vai assumir a nova pasta que surge com a fusão. 

“O governador precisa equilibrar os pleitos de pelo menos 16 partidos da base. O importante é que todas as legendas estão muito bem alinhadas com o projeto maior desse grupo político que é a eleição do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência”, declarou a fonte.

Titulares ainda não foram procurados

Dirigentes dos partidos aliados e os próprios secretários evitam falar sobre as negociações. Eles alegam que ainda não foram procurados pelo governador Antonio Anastasia (PSB), mas que não irão fazer cobranças ou exigir espaços.

Presidente do PDT mineiro, partido que mais perdeu espaço no governo de Minas, o deputado federal Mario Heringer preferiu não falar sobre pleitos. “Não sei o que ele está planejando. Temos um espaço político prometido, que é uma secretaria, mas não temos condições de adiantar nada”, declarou Heringer.

O PDT tinha a indicação da pasta do Trabalho, com o deputado Zé Silva. Porém, ele migrou para o Solidariedade, deixando o PDT sem representantes no primeiro escalão. Com a reforma administrativa, o PDT tem a chance de colocar Hélio Rabelo, adjunto de Trabalho, na secretaria que vai nascer da fusão.

A outra chance do partido seria o adjunto de Agricultura, porém Elmiro Nascimento, suplente do senador Aécio Neves, não deve deixar a pasta. 

Secretário de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Gil Pereira (PP), confirmou que vai tentar se reeleger deputado federal, mas disse que ainda não conversou com o governador e que está à disposição para deixar a cadeira antes do prazo. “O cargo é dele. Ele ainda não veio falar comigo, mas podemos deixar a cadeira no fim de março, em abril ou amanhã”, declarou.

A reforma administrativa pretende reduzir o número das secretarias de 23 para 17, extinguir 52 cargos comissionados e quatro autarquias. A previsão é que o estado deixe de gastar R$ 1 bilhão por ano com as novas medidas.

 

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