Vitória apertada foi recado de que é preciso mudar a condução do país

Amália Goulart - Hoje em Dia
28/10/2014 às 07:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:48
 (Montagem Hoje em Dia)

(Montagem Hoje em Dia)

Na ressaca eleitoral, uma certeza permeia tanto a oposição quanto a base da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e cientistas políticos. A diferença apertada, de 3,4 milhões de votos, leva força aos oposicionistas e implica mudanças rápidas na condução do país. Dilma conseguiu vencer a disputa contra o senador Aécio Neves (PSDB) em uma das eleições mais disputadas da história democrática brasileira. 

Agora, recebe uma oposição turbinada pelos 48,36% de eleitores que quiseram mudar de projeto. O presidente do PSDB mineiro, deputado federal Marcus Pestana, mandou, nessa segunda-feira (27), o recado. “Desejamos sucesso à presidente Dilma, mas certamente existem uma série de bombas de efeito retardado armadas pelo próprio governo Dilma”, afirmou. Ele citou como “bombas” as tarifas de energia elétrica, combustível, inflação, recessão e o caso de corrupção na Petrobras.

“Na hora em que o poder Judiciário e o Ministério Público tirarem a tampa da panela de pressão, muita gente famosa vai para a cadeia e se ver com a Justiça. O bumerangue plantado pelo governo do PT voltara contra ele. Nossa papel é representar 48% de brasileiros que queriam mudança”, avisou Pestana.

O tucano é tido como braço direito de Aécio. Para ele, o mineiro – que perdeu na terra natal – sai fortalecido do processo. “É um grande líder nacional. Sai como protagonista do futuro do Brasil”, disse.

Mas o nome do senador não aparece como natural para 2018. Pelo menos entre lideranças do PSDB. Tão logo Aécio perdeu a disputa, o senador eleito por São Paulo, José Serra, disse que o futuro do partido era pensar nos governadores que assumiriam ou reassumiriam em janeiro e em fazer oposição responsável. Ele se esquivou de responder se Aécio seria o nome natural.

Entre os governadores reeleitos pelo PSDB está Geraldo Alckmin (SP). Nos bastidores, ele é tido como quadro possível presidenciável em 2018. “Até 2018, tem 2015, 2016 e 2017. (Quem especula) é gente que não entende como funciona a vida. Está batendo uma crise econômica em 2015, vamos pensar em 2018?”, rebateu Pestana.

No meio petista, a certeza é a de que a presidente Dilma encontrará uma oposição firme. Mas, para alguns, ela nunca foi morna. “Vão fazer oposição mesmo. Temos que negociar é com os partidos que vão fazer parte da base”, afirmou o presidente estadual do PT, deputado federal Odair Cunha.

Para ele, a eleição de Dilma mostrou o desejo de manter um projeto. “Entendo que o povo brasileiro votou em um projeto e na candidatura da presidente Dilma que representa um programa. O que vamos fazer neste segundo mandato é trabalhar por este programa”, finalizou.

Resultado foi o melhor da oposição

Coordenador da campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República, o senador Agripino Maia (DEM-RN), afirmou nessa segunda, em nota, que o resultado conquistado pelo tucano é o melhor da oposição nos últimos 12 anos.

“O resultado das eleições consagram Aécio Neves como líder e a oposição como força política, que fala pela metade do país.

Com altivez e espírito público, ele conduziu a oposição ao seu melhor resultado em doze anos”, disse em nota o presidente nacional do DEM.
 

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