Policiais Militares que balearam mulher arrastada em viatura têm prisão decretada no Rio de Janeiro

Fábio Grellet
27/03/2014 às 17:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:47
 (Divulgação/Polícia Militar)

(Divulgação/Polícia Militar)

Os dois policiais militares que lideraram a operação que culminou na morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira, ferida por um tiro e depois arrastada por um carro da polícia no último dia 16, tiveram a prisão temporária, por 30 dias, decretada nesta quinta-feira, 27. O 1º tenente Rodrigo Medeiros Boaventura era o chefe da equipe que promoveu a operação policial, enquanto o 2º sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno era o segundo líder do grupo.

"Sem a prisão será bastante improvável que se leve a bom termo as investigações, com o esclarecimento dos fatos. A atividade participativa dos moradores da comunidade não se mostra favorável quando se cuida de prestação de depoimentos sobre fatos que alcançam pessoas que percorrem as ruas e vielas, armados e fardados, onde vivem desprotegidos", afirma o juiz Murilo Kieling em sua decisão. "A prisão temporária é de caráter cautelar, sem culpa formada, provisória", continua o magistrado.

Kieling também determinou que a prisão de Ronald Felipe dos Santos, morador que testemunhou o tiro contra Cláudia, também foi atingido e indiciado por tráfico de drogas e tentativa de homicídio contra os policiais, seja transformada de preventiva em temporária por 30 dias.

Três policiais que estavam no carro usado no socorro a Cláudia, do qual ela caiu, já chegaram a ser presos, mas foram libertados.

Exoneração

O tenente-coronel Wagner Moretzsohn foi exonerado do cargo de comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar do Rio, em Rocha Miranda (zona norte), segundo divulgou o comando da PM. Policiais subordinados a Moretzsohn protagonizaram recentemente dois episódios de grande repercussão. O primeiro foi a morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, arrastada por um carro da PM após ser baleada no Morro da Congonha, em Madureira na zona norte, no dia 16.

O segundo caso foi um tumulto ocorrido nesta quarta-feira, 26, no morro São José Operário, na Praça Seca, zona oeste da capital fluminense, após a morte de um suspeito que teria sofrido um enfarte ao ser abordado por policiais. Em fevereiro houve um outro caso polêmico, de um homem morto a coronhadas por policiais desse Batalhão. Segundo a PM, o comando do 9º Batalhão será assumido pelo tenente-coronel Luiz Octávio Lopes da Rocha Lima, que antes chefiava o 4º Batalhão, de São Cristóvão.
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