
A população de Belo Horizonte tem mais medo de ser infectada pelo novo coronavírus e não conseguir tratamento adequado do que das consequências econômicas que a crisena saúde irá provocar. Uma pesquisa realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e Instituto Quaest indicou que 65% dos entrevistados estão mais preocupados com a doença, enquanto 35% temem uma crise econômica severa.
A pesquisa ouviu 600 pessoas entre os dias 28 e 31 de março e tem margem de erro de 4,2 pontos percentuais. O levantamento também apontou que 91% dos entrevistados concordam com o fechamento de escolas e faculdades e 84% são a favor da recomendação de todos ficarem em casa, sempre que puderem.
O fechamento total do comércio não essencial é aprovado por 77% e o fechamento de fronteiras estaduais é bem visto por 75%.
Quanto às medidas que devem ser tomadas daqui em diante, 41% dos entrevistados defendem manter o isolamento e o comércio fechado até o surto passar. Outros 35% defendem manter o isolamento por entre 10 e 15 dias e daí reabrir o comércio. Somente 17% defendem isolar apenas o grupo de risco.
A pesquisa também avaliou o desempenho dos governantes diante da crise. Entre os entrevistados, 69% aprovam as medidas tomadas pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, enquanto o governador Romeu Zema foi bem avaliado por 27%. O presidente Jair Bolsonaro teve 22% de aprovação.
Economia
O levantamento também perguntou como ficará a situação econômica dos entrevistados nos próximos meses. 19% afirmaram conseguir se manter por menos de um mês se ficar sem renda, enquanto outros 15% se sustentam por um mês, 10% por dois meses e 14% por três meses. Os que têm fôlego maior são poucos: 15% aguentam de 4 a 6 meses, 11% até 1 ano e 10% mais de um ano.
Entre os entrevistados, 31% temem perder o próprio emprego ou o de alguém da família, enquanto 32% não veem esse risco e 37% não souberam responder. Quase metade deles, 49%, afirmou já ter sofrido prejuízo econômico com a crise.
Em um cenário de recessão, 44% dos belo-horizontinos admitem já estar gastando menos do que o de costume, enquanto 21% gastam da mesma forma e 35% tiveram que consumir mais. Dos entrevistados, 22% já cancelaram algum contrato ou pagamento de serviço e 42% pretendem cancelar se a epidemia perdurar.
A pesquisa também verificou os hábitos de compras online e 27% dos pesquisados afirmam ter comprado mais do que de costume para entregas em casa. Outros 28% compraram a mesma quantidade de sempre e 14% compraram menos do que de costume. Há ainda 31% que jamais compraram dessa maneira.